Dia de luta

Dia de luta

18 de maio seria de comemoração, mas é mesmo um dia de/da LUTA Antimanicomial, em favor do Movimento da Reforma Psiquiátrica.

É interessante pensar como anos de conquistas podem ser derrubados com uma canetada. Ou um peteleco sequer. Quem faz esculturas ou trilhas com dominós – sou dada a imagens e ao imaginar – sabe muito bem que, a uma peça mal colocada, pode seguir a derrocada, e colocar um trabalho de ANOS – pasme! Pode-se levar mais de um ano para se concluir uma trilha com... dominós! – morro abaixo. E se, por um lado, uma conquista pode levar anos para crescer e se consolidar, por outro, basta apenas um instante para se liquefazer. E colocar tudo a perder!

Assim, também ocorre com a Reforma, cuja necessidade não corresponde apenas à psiquiátrica, mas diz respeito à necessária desconstrução e transformação do pensamento, da ética e da humanidade. “É isto um homem?”, eis a pergunta de Primo Levi que continua tão válida e atual.

Até poderia ser um dia de comemoração. Mas vamos à luta, pois o confinamento nunca foi, não é, nem nunca será um cuidado, uma prática, uma assistência em saúde mental.

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(Por quem sentiu que todo um percurso acadêmico e científico de anos foi derrubado, pelos retrocessos "conquistados" na área da saúde mental, apenas com uma canetada. Ou um peteleco sequer. Derrubando-se anos de conquistas históricas. Mas que, apesar disso, e talvez por conta disso, ainda luta. E muito!).

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