Para sempre

Para sempre

Ano difícil. De muitas perdas. Inumeráveis. Mas todas nomeáveis. Que dizem de um mundo que se apequena. Encolhe-se. E, portanto, recolhe-se. Restando-nos enlutados. Diante de um mundo que se desfaz.
 

Morre. Levando um pouco de nós. Mas deixando muito de si. Porque aqueles que nos compuseram e em nós se inscreveram se vão, “deixando de estar” para que possam estar sempre. Em suas obras, nos personagens que criaram, nas histórias que contaram e nas muitas nas quais ainda serão re-cordados. Presentificando-se mesmo que seja em um banco. Dentro de tantos, de muitos. E, assim, não se vão completamente, posto que já nos habitam. Ainda que, de nossa existência, nem suspeitassem. Cabendo a quem fica manter acesa e viva a ligação que um dia os uniu. Pois entre laços nos fazemos. Sustentamo-nos. EntreLaços tecem a vida.

 

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A todos que nos compuseram e hoje vivem dentro. De cada um de nós.

Obrigada pelo legado ainda mais vivo, Quino! Você e todas as suas criações povoam o universo de muitos, que cá restam um pouco órfãos, como a Mafalda. Sentemos, pois, no banco, estendendo-lhe a solidariedade na forma de um afetuoso abraço.

 

Créditos na imagem.

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