"Vamos fazer um filme"

"Vamos fazer um filme"

“Vamos fazer um filme”

Não é meu, é um convite do Renato. Que Renato? O RUSSO! Aquele daquela Legião URBANA lá! - por que ninguém entende quando os chamo pelo primeiro nome?!

“Fazer um filme”. Acho esta uma proposta bem coerente quando os desenhos se mostram insuficientes. Pois, posto que geralmente são feitos a lápis, podem ser apagados. Ou, a eles, atribui-se um traço, insuspeitado, e um C que fosse vira O - só para representar - à caneta tinteiro! - a perversão que se pode fazer, desculpe-me, pois, a simplicidade.

Mas vem outro dizendo que estou a desenterrar... mortos? Pois saiba que Renato está bem vivo, e talvez mais do que nunca! E, quem sabe, mais do que você que diz uma coisa dessas! Mas a essa provocação já não retorqui que os desenterraria a todos se possível fosse, e me desdobraria em infinitas e mais mil mãos e braços para tanto? E ainda chamaria mais muitos amigos meus, com seus muitos mil e um braços e mãos e mais e contando! E tenho muitos a meu lado!

Mas logo agora que escrevo, desisto de dizer o que diria com minhas pobres e parcas palavras. Por que, você me pergunta? Porque o poeta fala mais e melhor do que eu:

 

“Achei um 3x4 teu e não quis acreditar

Que tinha sido tanto tempo atrás

Um exemplo de bondade e respeito

Do que o verdadeiro amor é capaz.

A minha escola não tem personagem

A minha escola tem gente de verdade

Alguém falou do fim do mundo,

O fim do mundo já passou

Vamos começar de novo:

Um por todos, todos por um.

O sistema é mau, mas minha turma é legal

Viver é foda, morrer é difícil

Te ver é uma necessidade

Vamos fazer um filme.

E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo!”.

Sem essa de que: "Estou sozinho."

Somos muito mais que isso

Somos pinguim, somos golfinho

Homem, sereia e beija-flor

Leão, leoa e leão-marinho

Eu preciso e quero ter carinho, liberdade e respeito

Chega de opressão.

Quero viver a minha vida em paz.

Quero um milhão de amigos

Quero irmãos e irmãs

Deve de ser cisma minha

Mas a única maneira ainda

De imaginar a minha vida

É vê-la como um musical dos anos trinta

E no meio de uma depressão

Te ver e ter beleza e fantasia.

E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo!”.

E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo!”.

E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo!”.

E hoje em dia, vamos fazer um filme ?

Eu te amo.

Eu te amo.

Eu te amo!”.

“Como é que se diz ‘eu te amo’ hoje em dia”, Renato? Traduzi-lo-ei: fica em casa! E vai com erro mesmo, pois imperativo se o fosse, imporia proibição. E esta só serve para ser transgredida. E quero os meus, e aos teus, vivos! Então, fica em casa, vai? Você, que pode fazê-lo! Amar, hoje, é tolerar a distância física, o que não significa emocional. E como se tolera? Amando. Como se ama? Ficando em casa. Só porque ama... “É só o amor, é só o amor...”. Mas esta já é outra música. Do Renato, inclusive, o Russo...

 

Obrigada, Renato Russo. Que hoje vive em mim e, assim, deixa-me mais viva!

 

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