Balanço do Ano

Ana Karina Bartmann

29 Dez 2015 15:44

Estou evitando assistir ao Jornal Nacional para não me suicidar. Tem sido difícil gerir um Centro de Reprodução Humana que tem como missão acolher casais com dificuldades procriativas de forma individualizada em meio a essa horrível crise. Optamos por não massificar, optamos por atender um número relativamente pequeno de casais por mês para que pudéssemos olhar para o casal que nos procura com mais atenção.
A opção seria fácil se cobrássemos um preço exorbitante. Mas também não acreditamos que o preço deva ser muito alto, pois o custo impede muitos casais de realizarem o sonho de terem um bebê. Assim, trabalhamos com uma margem pequena de lucro, pois o que nos interessa é ter clientes satisfeitos.
Acontece que a inflação e a valorização do dólar tiveram um grande impacto em nossas contas. Lembrem-se de que vários materiais de consumo são indexados ao dólar e quase duplicaram de preço, enquanto que nós mantivemos os nossos.
Continuamos com nosso objetivo de oferecer um serviço de qualidade, acolhedor e humano, com preços justos. Mas, infelizmente, o cenário econômico que temos hoje nos obriga a rever algumas posições. Cada casal continuará a ser visto individualmente, dentro de seu problema médico e suas possibilidades financeiras, mas com menor flexibilidade. O que fazer?
Ainda assim, eu gostaria de conclamar os casais que desejam fazer seus tratamentos a virem nos procurar sim! Não desistam de seus sonhos! Nós continuamos acreditando! A conjuntura nacional é difícil, mas nós passaremos pela crise – de preferência com um bebê em casa. Aliás, quem deseja um bebê, sabe que a vida mudará de qualquer maneira. Talvez a maneira de enfrentar essa crise seja encará-la de peito aberto. Com coragem. É o que decidimos fazer. Essa é a mudança: cercar-se de pessoas boas, pensar positivamente, planejar e enfrentar com coragem o que vier. Nem tudo que parece ruim, é ruim. E mesmo que seja, sempre há algo de bom para se extrair.

Que venha 2016! E vamos fazer bebês!!