Guia de utilidade pública das corridas de rua

Guia de utilidade pública das corridas de rua

De imediato, ao falarmos de uma corrida de rua, boa parte do mundo imagina gente sarada, bonita, saudável que busca completar um circuito de 10 ou 5 km no menor tempo possível ou então apenas vencer o próprio desafio do corpo. Correto! Por outro lado, tem a outra turma que não é tão ‘chegada’ no esporte e que ao falarmos exatamente da mesma corrida imagina um monte de gente doida correndo, suada, se esbarrando, sofrendo no sol a pino... Correto também. Tem os que abominam e tem os que amam, ou seja, tem opinião para todos os lados.

Mas, se permitem aqui explicar, o que muita gente não sabe – principalmente a turma avessa ao esporte, que nesse tipo de corrida seria necessária algumas regrinhas importantes para o bem de todos. Pois, diríamos assim, na voracidade do sangue nos olhos e seguindo a teoria conspiratória de querer chegar primeiro que o vizinho, o colega ou até mesmo o inimigo, muita gente esquece de alguns “detalhes” do bom senso da vida em sociedade, talvez pelo superaquecimento do corpo e do cérebro ou mesmo pela respirada “bem dada” para atingir o melhor condicionamento – que às vezes passam desapercebidos. Será?

Bom, vamos lá a algumas “escorregadas” que acabam sendo tortuoso para quem está atrás, do lado ou na frente em corridas de rua que, geralmente, aglomeram, no mínimo, mais de 1 mil atletas corredores amadores e profissionais:

- arremessos de copinhos de água. Engraçado nessa situação que muita gente acha que em uma prova corre sempre sozinho e que não há ninguém do seu lado. Explico: o indivíduo sedento termina de ingerir sua água hidratante e simplesmente arremessa o copo para o canto da calçada. A probabilidade de alguém passar é enorme, ou seja, correr e levar uma “copada” durante a prova é grande. As estatísticas aumentam cada vez mais e é fácil ver um “acidentado” xingando na prova. Dica: mais atenção aos arremessos futurísticos. Segurar o copinho por um tempo e jogá-lo no cantinho é legal – mas longe dos bueiros, por favor. A prefeitura agradece e o atleta do seu lado também!

- desodorante venceu. Esse é outro problema - o “cecê”. É aquele conhecido mau cheiro nas axilas. Conhece? Então, nessa hora, a única frase que vem à tona é “Por Deus, me tira daqui!”. Dica: antes de correr, pode exagerar no desodorante, na Minâncora, na Maizena ou qualquer receitinha que a sua avó tenha passado. Certamente, esse cheirinho ruim pode derrubar algum corredor que esteja ao seu lado ou que então estará numa corrida frenética para ficar bem longe de você. 

- pontos de hidratação. Esse é o melhor! O cara está tão desidratado e com tanta sede que a única visão que ele tem em mente é a de um deserto cheio de areia. De repente lá na frente, ele avista a mocinha segurando o copo de água. E o que ele faz? Sai em uma disparada “desgovernada” empurrando todos e todas que estão ao lado. Dica: um pouco de calma: em algumas corridas (disse algumas!!) a água não acaba, portanto a prudência em esperar chegar sua vez é bem legal e pode evitar qualquer incidente em queda livre.

- soltar pum na prova. Meu amigo, desculpa, não somos obrigados a sentir odores flatulentos, provenientes certamente da ingestão de grande quantidade de gel carboidratos para atletas durante ou antes da prova. O gel é ótimo na performance, mas o  gás liberado pelo ser humano garanto que atrapalha muita gente. Dica: executar o famoso “número 2” antes da prova deixaria muita gente feliz, principalmente os retardatários que correm atrás de você. 

- exagerou no ‘parfum’. Muito perfume gente, na boa, é de dar náusea em qualquer um, ainda mais pela manhã. Tudo bem que o cheirinho de perfume é bem melhor do que sovaco fedorento, mas exalar perfume em exagero não dá. Ainda mais quando se mistura ao suor do corpo. Prefira perfuminhos mais leves ou com tons cítricos. Nada de Lou-Lou (argh), Victoria Secret, Angel e por aí vai... A lista é extensa. O cheirinho do desodorante já está bom. Só um lembrete: corrida não é festa, não é balada. 

- cuspir “sem querer” no coleguinha ao lado. Não sei quem inventou isso que cuspir ajuda na performance e na respiração! Ajuda sim a deixar seu coleguinha do lado “amarelo” de raiva, isso sim. Então, cuidado: olhe para todos os lados antes daquela “cuspidinha básica”. Certamente, alguém estará passando do seu lado e desviar de arremessos humanos durante a prova não é legal. 

- caminhar logo após a largada. Quem já fez muitas corridas de rua sabe que o momento que mais afunila e gera aquele corredor de gente é logo no comecinho ou então em alguma subida. E tem a turma que ainda não está muito preparada e.... logo... começa.... a...  caminhar. O que acontece? Claro, quem está correndo tem que parar para não atropelar a turma da frente. Aí vira aquele angu de gente. Regrinha básica: caminhantes e os mais lentinhos, usem a faixa da direita. Deixem o lado esquerdo para o mais ligeiros. Isso poderá evitar qualquer esquartejamento em corridas futuras. Aqui vale a frase de sempre: “gentileza gera gentileza”. 

A lista de “escorregadas” é extensa, mas claro, nada intencional. Passaria mais algumas horas aqui detalhando alguns deslizes das corridas. Mas a ideia é criar uma reflexão sobre o assunto. Nada de uma obsessão pelo tema educação. Apenas mostrar que deslizes acontecem... 

Tudo isso aqui são fatos velhos. Quem tiver mais deslize, por favor, se manifeste. Vamos juntos criar o “Manual do bom corredor”, ajudar seu colega a aproximar-se inteiro e saudável no pórtico de chegada e manter cada vez mais o charme das corridas de rua que é uma DELÍCIA!

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