Que tal começar a correr?

Que tal começar a correr?

Correr. Está na moda e é uma delícia. Hoje é fácil notar em qualquer lugar do mundo um cidadão correndo solitário ou em grupo. De manhã, de tarde ou de noite. No frio, com chuva ou com sol. No mato ou na estrada. Não importa. A corrida cresceu, ganhou força, volume e vem conquistando, a cada dia, gente nova e louca para sentir o prazer que ela proporciona. A tão falada “endorfina”.  

Além de fazer um bem danado para o corpo, mente e coração (literalmente), é um esporte fácil de praticar: basta ter força de vontade, disposição e encarar os vários quilômetros que certamente virão pela frente. Ah, mas é preciso persistência também – porque não é fácil. Principalmente para quem nunca correu: parece que o coração vai parar, o ar vai faltar e as pernas vão desmoronar nos primeiros minutos. Ah, e não esqueça também de uns dois bons pares de tênis, porque são eles que poderão evitar possíveis dores indesejáveis, calos e bolhas nos pés (não que isso seja uma regra!).

Pronto. Basta agora sair correndo? Engano. Para se dar bem na corrida – seja qual for o propósito – é importante ter sempre o acompanhamento de um profissional. É ele quem vai poder orientar a forma correta de pisar, a respiração, o movimento dos braços. É este profissional quem cria as famosas “planilhas”, com indicações da quantidade e qualidade dos treinos semanais. Isso, certamente, vai fazer diferença lá na frente e evitar certas complicações como algumas lesões, tão comuns nos corredores.

O fisioterapeuta Willian Faiana, do Centro de Medicina Física e Reabilitação Stochiero, em Ribeirão Preto, mostra que na maioria das lesões, as causas são sempre parecidas: aumento exagerado do volume de treinos sem orientação de um profissional, usar calçados incorretos, falta de força das musculaturas necessárias, desalinhamento biomecânico, encurtamento muscular nos membros inferiores, pisos inadequados durante as corridas, falta de aquecimento inicial e por aí vai. “Diante destes problemas, a corrida sem orientação pode trazer vários problemas. Por isso, ter um profissional do lado é a melhor dica”, mostra. Faiana deixa claro que os exercícios físicos têm sempre que causar bem-estar, saúde e boa qualidade de vida. “Não dores! Por isso, sempre procure um profissional para uma boa avaliação e orientação adequada”.

Para ficar por dentro e já evitar problemas futuros, o fisioterapeuta listou 10 lesões mais comuns nos corredores. É bom ficar atento aos sinais:

1. Síndrome do Trato-iliotibial – é uma inflamação causada pelo atrito da banda iliotibial com a lateral do fêmur, e geralmente causa dores na lateral do joelho.

2. Canelite – inflamação no tecido que recobre a tíbia e provoca dores na canela.

3. Facite Plantar – inflamação da fáscia plantar - tecido que une o calcanhar aos dedos e serve para proteger os ossos do pé, que gera dores na sola.

4. Tendinite no tendão de Aquiles – inflamação no tendão que liga o músculo da panturrilha ao calcanhar.

5. Fratura por estresse - microfraturas que ocorrem por causa do desgaste ósseo, geralmente acontecem nos pés, na tíbia e no fêmur.

6. Distensão muscular - é o rompimento das fibras musculares, ocorre principalmente na panturrilha e nos músculos da coxa.

7. Condromalácia patelar - dor no joelho provocada pelo atrito entre o osso do fêmur e a patela. Acontece quando a cartilagem patelar não está em perfeitas condições.

8. Entorses de tornozelo - torcer o tornozelo pode causar a ruptura total ou parcial dos ligamentos ou, ainda, hiper extensão dos ligamentos, problemas que podem deixar o corredor longe das pistas por vários meses. 

9. Lombalgia - mais conhecida como dor na coluna, a lombalgia é uma das principais queixas entre os corredores, uma sobrecarga excessiva nos discos vertebrais e músculos do tronco conhecida pode gerar dores.

10. Lesão no menisco - os meniscos são estruturas que ficam dentro dos joelhos, localizadas entre os ossos chamados tíbia e fêmur. Eles têm como função absorver o impacto dos membros com o solo e proteger a cartilagem do joelho. 

Mas calma. Isso não significa que ao começar a correr, todos estes problemas vão aparecer. Pelo contrário! A ideia aqui é mostrar os riscos que o início de uma atividade física sem acompanhamento profissional pode ocorrer. Pois não é só calçar um tênis e se aventurar pelas ruas. São necessários alguns cuidados sim como um fortalecimento muscular – principalmente, pois é ele que poderá evitar muitas lesões; uma alimentação correta pré e pós treino e, e o principal deles: conversar com um treinador de confiança. Busque referências. Isso ajuda muito. 

E em qualquer sinal de dor – como estas listadas ali em cima – procure um profissional especializado. Com todos esses cuidados e conhecimentos, certamente, a corrida fará parte da sua vida para sempre.

  

*Crédito foto: Dinâmica Grupo de Corrida (Ribeirão Preto-SP)

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