Aquilo que vale a pena

Aquilo que vale a pena

Assisti à palestra do professor Clóvis de Barros Filho no sábado, dia 28 de setembro, no evento promovido pelo meu amigo Chico Ferreira: Escolha a Escola. Uma iniciativa importante para quem acredita que a educação ainda é a única — e fundamental — saída para o nosso país. Foi o primeiro evento, que o jornalista pretende fazer uma vez por ano para a nossa cidade e região.

O projeto Escolha a Escola surgiu para ajudar pais de alunos do Ensino Fundamental a decidir sobre o futuro dos filhos. O primeiro grande desafio é definir a instituição a que a criança será encaminhada para que se transforme em um estudante bem formado. Depois, o adolescente começa a pensar na profissão que vai exercer e no mercado de trabalho que vai enfrentar — sendo necessário um Ensino Médio de qualidade, também.

A proposta da ação é entrevistar, ao vivo, representantes das instituições de ensino de Ribeirão Preto e região, divulgando o bate-papo pelas redes sociais, permitindo aos pais o esclarecimento de dúvidas. Para dar início ao projeto, foi realizado o evento de que participei, na última semana. 

Eu já tinha tido oportunidade de assistir a outras palestras e de ler alguns livros do palestrante Clóvis de Barros. Admiro muito a sólida formação intelectual dele e a capacidade de alinhar os pensamentos em torno de uma boa defesa de suas ideias. Ele tem princípios em que acredito muito.


"O homem sábio é aquele que não se entristece com as coisas que não tem, mas alegra-se com as que tem". Epiteto


O início de sua fala tinha como tema o próprio mote da feira: “escolha”. Logo depois, emendou recorrendo a Epiteto, filósofo estoico da Grécia Antiga, que viveu no ano VI a.C e que proferiu uma frase emblemática: “para alcançarmos a liberdade só existe uma maneira — desprezar tudo que não depende de nós”.

Clóvis defende a ideia de que temos controle em 50% dos acontecimentos de nossa vida: os outros 50% não são controláveis por nós e, na maioria das vezes, deixamos de nos centrar naquilo que podemos ter controle para nos incomodar com aquilo que está fora do nosso alcance.

Outra ideia que o professor Clóvis defende é sobre buscar a excelência naquilo que temos talento, no que somos bons, ou que sabemos fazer melhor. E, para isso, ele busca resposta em Aristóteles, no livro “Ética a Nicômaco”, no qual relata a busca pela excelência no que decidimos a fazer na vida.

Quando percebemos o quanto a vida pode ser mais simplificada, ficamos com aquela nítida sensação de fracasso. Parece tão simples e nos questionamos o porquê de complicarmos tanto. Sabemos que todas as nossas escolhas irão tirar da frente aquelas que descartamos e, se fizemos como fizemos, certamente foi porque aquela decisão nos faria mais felizes. No entanto, lamentamos a escolha, o trabalho, as relações amorosas, os amigos . Estamos sempre reclamando dos 50% que estão sob o nosso controle — e é incrível como fazemos isso quase na maioria do nosso tempo por aqui. E a vida é muito curta.

Por que não se dedicar de maneira inteligente àquilo que está apenas sob o nosso alcance? Acho que refletir sobre isso e mudar a maneira de encarar os acontecimentos poderá ser uma excelente oportunidade de buscar uma vida que vale a pena ser vivida — aliás, título de um livro do palestrante do sábado. 

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