A Força do Hábito

A Força do Hábito

Há tempos não me interessava tanto por uma leitura quanto me encantei pela escrita de Yuval Noah Harari. Comecei a ler “Uma breve história da humanidade” no fim do ano passado e passei algumas semanas envolvida com o tema e a obra. Redescobri, depois de um tempo, o prazer de ficar horas a fio conectada a uma boa história, e não on-line ou ligada nas demandas cotidianas, que, por vezes, consomem intensamente os nossos dias.

Escolhi ficar manhãs, tardes e noites acompanhada de Harari, em vez de seguir par e passo as notícias de última hora, como costumo fazer. Consegui, de certa forma, compor meus dias entre a intensa leitura e as atividades mundanas. Retomei aquela paixão que sempre tive por estar imersa em diferentes histórias que fogem à minha realidade.

Desde pequena, lembro de preferir gibis, revistas e livros aos jogos e brincadeiras comuns das crianças. Minha alegria era ficar quieta junto de um bom texto. Carreguei, felizmente, o prazer da leitura à minha vida adulta, quando decidi, ao fim da faculdade, tornar a Revide um projeto de vida.

Hoje, como todas as revistas e veículos impressos, passamos por um momento de mudanças, ilustrado pela reportagem de capa desta edição. É um tempo de incerteza com relação ao futuro do papel e das publicações físicas, em oposição ao crescimento do mundo digital e das facilidades virtuais.

Vivenciando essa transição, sempre reflito sobre o quanto ainda não é possível cravar a morte do papel. Por mais que eu pudesse ler “Uma breve história do tempo” em um kindle, ou nas telas de um computador, é certo que o hábito e o manejo de um livro impresso me dão mais prazer, com uma sensação diferente pela força do hábito tão presente em minha vida.

Tenho convicção de que será possível conviver com as publicações impressas por muitos anos à frente, a despeito das turbulências na economia e das alterações no comportamento da sociedade. Acredito que a inovação nos formatos e a convivência pacífica entre mundos on e off-line podem ser a chave, como estão fazendo muitos livreiros e empresários do ramo editorial.
Na Revide, procuramos unir as novas iniciativas digitais à credibilidade e à chancela que carregamos há mais de três décadas, cobrindo e reproduzindo assuntos de interesse da região de Ribeirão Preto. Ainda temos um público ávido pelas revistas e que não abre mão de receber a publicação, ou retirá-la em bancas de jornais.

Eu, por exemplo, tenho como hábito ir todos os domingos à banca do Mário para comprar as revistas semanais e sinto um enorme prazer ao observar, nesta mesma banca, pessoas que vão até lá para retirar a Revide, uma RS – Revide Saúde ou RD – Revide Decoração. 

Na via ao lado (e não na contramão, porque não acho que são meios de informação excludentes), o Portal Revide tem crescido num ritmo ímpar, com cada vez mais internautas que se informam pela nossa plataforma.

Estou certa de que o papel impresso ainda tem uma vida pela frente. Eu não abro mão de sentir um bom livro nas mãos, ou de folhear uma revista e um jornal. A força do hábito, fundamentalmente, traçará o nosso futuro. 

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