Hora do entendimento

Hora do entendimento

É assustador andar por algumas ruas e avenidas da cidade nestes tempos de pandemia e constatar a quantidade de espaços com as placas de aluga-se ou vende-se. A sensação é de um deserto de pequenos negócios. Essa semana que passou, mais um bar anunciou o seu fechamento: o Americo’s Bar. Um lugar que há bem pouco tempo era sinônimo de alegria, de risadas e de encontros.


E agora, mais um baque: a tristeza dos hospitais lotados, sem mais lugar para ninguém que esteja precisando de um leito de UTI ou mesmo de um tratamento que ainda não esteja nessas condições limites.


Por muito tempo, a discussão era a questão da economia versus a saúde. E claro que agora não existe mais nenhuma possibilidade de comparação: quem quer ver alguém da sua família precisar de um leito de hospital para não morrer em casa sem cuidados ou até mesmo na porta do hospital?

Quando se observa este último ano, a sensação que tenho é de que fizemos um curso, ou tivemos uma aula que não entendemos direito. Para a grande maioria dos empresários que têm as suas portas fechadas, isso dói muito, principalmente por não saber como será daqui a um mês ou um ano, com as contas batendo à sua porta, sendo obrigados a demitir uma equipe construída com muito sacrifício e pensar em ter que começar tudo de novo. Isso é muito significativo e precisa ser observado e respeitado. Mas nada se compara à perda de vidas humanas.

É preciso urgentemente entender que essa doença não é uma questão de escolha, ela veio para ficar nas nossas vidas com todas as implicâncias que ela traz consigo. É urgente um pacto para que possamos, de alguma maneira, retomar as nossas vidas, os nossos negócios e a nossa convivência.

Enquanto essa discussão estéril continuar dominando, teremos que ouvir nos noticiários o número alarmante de mortes, o colapso do sistema de saúde e, daqui a pouco, o dos cemitérios, também. É hora de refletir que essa crônica anunciada agora é uma realidade nas nossas vidas. 

Chegamos agora naquele lugar que antes era apenas uma previsão catastrófica de pessoas que sabiam ler os números. Espero que consigamos entender que a saída está nas nossas mãos. Enquanto a vacina não vem, precisamos parar o contágio. 

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