Jogo da imitação

Jogo da imitação

O que faz de cada um de nós aquilo que somos, de fato, é a nossa originalidade. Não há duas pessoas exatamente iguais entre os mais de 7 bilhões de habitantes do planeta. Nem fisicamente é possível afirmar que irmãos gêmeos são completamente os mesmos. Há detalhes que diferenciam cada um. No que diz respeito à maneira de viver a vida, então, até os mais semelhantes dos irmãos univitelinos podem ser opostos.

Quando trabalhamos em um mercado saturado, e em um meio desgastado pelas mudanças e incertezas, como a comunicação, é certo que precisamos ser originais, ainda que busquemos referências em grandes exemplos ou iniciativas bem sucedidas. 

No caso da Revide, estamos há mais de 30 anos como a principal revista em circulação na região de Ribeirão Preto. Não é uma marca fácil de ser atingida, nem que foi conquistada do dia para a noite. Criamos muitos projetos que têm nossa assinatura e que vieram da cabeça da equipe, mas também me inspirei muito em modelos já implantados dentro e fora do Brasil.


“Se você apenas lê os livros que todo mundo está lendo, pode só pensar o que todo mundo está pensando”.
Haruki Murakami


Não há como construir uma revista, ou qualquer outra iniciativa que seja, sem olhar para o lado e observar o que nossos colegas estão fazendo. Seria arrogante e muito egocêntrico pensar que tudo gira em torno de nossas próprias opiniões. Para mim, por exemplo, as grandes publicações nacionais semanais como Veja, Época e Istoé, além de revistas como a norte-americana Time, fazem parte do escopo de referências que busco como inspiração para o que fazemos na Revide: adaptamos o que é adaptável ou criamos algo totalmente inédito a partir de um insight. 

O problema das inspirações e das referências é quando um modelo de sucesso passa a ser repetido, e não adaptado, à exaustão. E temos presenciado muito disso nos tempos atuais. Qualquer projeto que tenha dado certo, é claro, se torna atrativo aos olhos de quem está batalhando na mesma área, e aí vem o boom de ações praticamente idênticas.
 Tento manter tudo isso sempre na cabeça, em alerta. Mesmo que sigamos algum modelo pré-estabelecido, buscamos primar pela originalidade naquilo que nos propomos a fazer – e é essa a ideia que continuarei a ter em mente para o ano que vem.

Em um mercado totalmente instável como o da comunicação, à mercê das transformações tecnológicas e digitais, não podemos nos furtar a criar muito mais em 2019. A Revide quer entender o que o leitor da nossa região tem interesse em ler, quer ampliar o alcance e quer trazer coisas novas para a nossa cidade. Começamos a fazer isso em 2018 com a consolidação de produtos segmentados e um incrível sucesso do Portal Revide, que, em um ano, aumentou em mais de 2 milhões a quantidade de visualizações, ultrapassando 6 milhões de acessos em 2018 e mais de 300 mil usuários mensais.

Quem insiste em dizer que a Revide não produz jornalismo já está tendo boas surpresas – e terá mais no ano que vem. Quem acha que nos acomodamos com a credibilidade de 32 anos também vai ser surpreender. No papel, na tela do computador e no celular, estaremos mais presentes e fortes do que nunca, a despeito de todas as instabilidades. Nossa proposta é fugir dos ramos saturados e desbravar novos mundos, sem esquecer de toda a história e dos princípios que nos regem. A Revide já mudou e continuará mudando – tanto quanto eu e você. É só prestar a atenção no que está acontecendo à nossa volta. 

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