Mudança de Impacto

Mudança de Impacto

Nesta semana, amigos, parceiros e leitores me procuraram para elogiar as mudanças na Revide, que tiveram início na última edição. De cara, mudamos a capa, com um novo logo e chamadas para o conteúdo interno. Também acrescentamos mais conteúdos jornalísticos em um caderno especial que traz uma grande reportagem sobre Ribeirão Preto, além da prestação de serviços relacionados à cidade.

Sempre que nos propomos a fazer alguma transformação profunda, existe a preocupação com relação ao resultado. É claro que as mudanças vêm carregadas de certa dose de incerteza e insegurança, mas sempre acreditei na inovação e no constante movimento para manter qualquer projeto ativo. Se ao longo de 32 anos a Revide não tivesse se transformado e acompanhado a evolução do mundo, certamente não teríamos uma revista tão longeva e bem-sucedida. A inércia pode ser muito prejudicial ao longo prazo.

O resultado da mudança da Revide me fez refletir sobre o que de fato pensamos sobre um veículo de comunicação e qual a real relevância de uma revista semanal em uma cidade do porte de Ribeirão Preto. Diariamente, a publicação pode passar despercebida, mas creio ser importante uma percepção amplificada do contexto.

Sempre que trabalhamos uma mudança na revista e acrescentamos algumas novas editorias, nosso pensamento está focado no leitor. Buscamos compreender como essa novidade poderá ser útil e impactar sua vida. E foi com esse objetivo que trabalhamos nos últimos meses as mudanças que apresentamos na edição anterior. 

Depois das primeiras alterações e as muitas respostas positivas que obtivemos, o que percebi é que as redes sociais ajudaram muito na percepção do público que lê a Revide. Um meio mais ágil e rápido, que é a internet, e sempre colocado como algoz da comunicação impressa, tem colaborado fundamentalmente com a evolução da nossa revista.

Embora muitos duvidem da possibilidade de unir os mundos on e off-line, tenho para mim que um pode alavancar o outro, ampliando e melhorando a mensagem. Pude confirmar minha teoria na prática, a partir dos mais variados comentários que recebemos dos leitores habituais da revista. Os veículos não se excluem: eles podem convergir em favor da informação.

As mudanças feitas, especialmente no aprofundamento da reportagem, com o acréscimo de um conteúdo que tenha relevância pra quem vive na nossa cidade, foram algumas das principais bandeiras desse investimento em 2019.

E quando cito investimento, acho que é importante destrinchar esse conceito em um meio de comunicação. Embora o jornalismo tenha essa visão romântica de transformação da realidade (o que é uma grande verdade), é preciso levar em consideração que, também, está inserido em uma empresa. Embora não vise apenas ao lucro, é um negócio que precisa fechar as contas, com funcionários a remunerar, entre tantas outras despesas ao longo dos meses.

Quem tem a expectativa de monetizar de forma estrondosa o jornalismo, especialmente em tempos áureos da internet, vai se frustrar. Talvez há alguns longos anos tenha sido possível construir impérios da comunicação — que, ainda hoje, existem. Agora, no entanto, os recursos estão mais escassos.

É preciso ter em mente que obter conhecimento e estar munido de uma boa informação são os mais revolucionários atos para quem vive numa sociedade tão complexa como a nossa. Só seremos livres se vivermos em um mundo mais justo e menos desigual. Se as oportunidades forem semelhantes, certamente as chances também serão maiores. 

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