Não faça o que eu digo

Não faça o que eu digo

Vivemos em um mundo cheio de imperativos. Ultimamente, curta e compartilhe são as ordens mais comuns, travestidas de sugestões ocasionais. Atendemos a algumas requisições sem pestanejar e nos acostumamos a obedecer em certas ocasiões.

Sempre tive convicção, no entanto, que mais vale um bom exemplo. A máxima irônica do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” não pode ter o mesmo peso de uma boa atitude, que influencie e inspire quem está ao redor.

Acredito que mais valha uma mãe leitora do que aquela que apenas diz para o filho ler. Tem pouca influência um pai fumante que orienta o filho a não fumar. E o que dizer de quem discursa em favor da boa forma e não levanta da cadeira?

Estamos rodeados de discursos que não correspondem à realidade, mas que são bonitos quando ditos em voz alta. Por tudo isso, acho que vigiar nossas próprias atitudes é fundamental para construir uma sociedade mais respeitosa e sustentável, que se baseie em bons exemplos a serem seguidos.


Quando ouvimos alguém e percebemos que há um discurso genuíno, respaldado por ações com princípios, isso pode nos incentivar a um comportamento melhor


Talvez seja essa uma das características que mais admiro nos professores — e até me incentive a sonhar, algum dia, em me tornar uma. Professores são — ou deveriam ser — mais que meros reprodutores de conteúdo, que despejam informação nos alunos. Eles possuem uma conduta que deve ser observada e que pode ser seguida pelos estudantes. 

Quando ouvimos alguém e percebemos que há um discurso genuíno, respaldado por ações com princípios, isso pode nos incentivar a um comportamento melhor. E é por isso que sempre procuro observar e conhecer aqueles que me inspiram ou que são companheiros de troca e compartilhamento na vida.

Pensando na importância de termos bons exemplos e de como é fundamental para a formação dos cidadãos um conteúdo solidificado e resistente, buscarei algumas referências que contribuirão bastante para ampliar as informações desta coluna durante 2020.

Neste ano, pretendo dedicar esse espaço, também, a algumas pessoas que podem dar boas sugestões, baseadas na prática da construção de um bom repertório intelectual. Quero compartilhar com vocês dicas de filmes, livros, séries e qualquer produção cultural ou informativa que possa nos ajudar a refletir sobre o mundo em que vivemos, ou que ajude a nos entreter diante de tantas dificuldades que se avizinham.

Alguns amigos e pessoas que admiro, com certeza, poderão contribuir bastante com essa revista, enriquecendo, também, a Revide, com ideias, ampliando as reflexões do nosso cotidiano e, assim, criando um espaço de mais partilha entre todos nós. Espero que gostem. Eu já estou ansiosa. 

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