Olhar para o outro

Olhar para o outro

Quando se diz que não é possível separar a saúde da economia, tenho convicção de que é uma afirmação correta e irrefutável. Como é possível manter um país ativo, com os negócios em operação e as contas fechando se não temos as condições básicas para que as pessoas minimamente consigam sair de suas casas e vivenciar suas rotinas?

A pandemia do novo coronavírus abriu um debate, em minha opinião, sem muito sentido, quando se propôs salvar a economia e, de certa maneira, deixar de lado a possibilidade iminente de colapso na saúde, além de complicações da Covid-19 e variações do vírus.

Acredito que só oferecendo condições básicas de sobrevivência e protegendo a vida é que vamos superar as dificuldades e o avanço de uma doença que não possui tratamento eficaz conhecido e que nos inspira, ainda, tantas dúvidas.

Hoje, o Brasil vive uma realidade problemática. Além de bater o recorde de mortos pela Covid-19 em 24 horas, com mais de 3 mil óbitos em todo o país, nós amargamos uma crise econômica que só se acentua com o abre e fecha da economia. A sociedade não aderiu, de forma generalizada, às medidas de contenção no momento em que deveríamos para estancar e evitar a contaminação. Como resultado, hospitais lotados, médicos exaustos e a falta de perspectiva de muitas famílias que lutam para sobreviver em um cenário desolador como esse.

Desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil, em especial a Ribeirão Preto, em março de 2020, parte da sociedade civil passou a se organizar para ajudar os que mais foram atingidos pelos impactos da doença e da retração econômica.

Hoje, os três meses sem auxílio emergencial e a instabilidade estão jogando muitos na pobreza e fazendo com que tenham necessidades mínimas e básicas para viver. Nesse cenário, as iniciativas solidárias, de grupos de amigos, empresas ou entidades, são mais do que nunca fundamentais a quem está em situação de risco. E, acima de tudo, essas posturas mostram o quanto ainda conseguimos ser solidários.

É preciso olhar para o outro, para o contexto que estamos enfrentando e, mais do que isso, deixar aflorar a humanidade de cada um de nós para que tenhamos consciência de que é um período difícil, porém passageiro. E será mais fácil enfrentar tudo isso se estivermos juntos e nos apoiando, especialmente aqueles que mais precisam neste momento.

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