Os leitores de amanhã

Os leitores de amanhã

Há algum tempo tenho me questionado sobre quem irá ler a Revide amanhã. A despeito da mudança de formato imperativa e a transformação digital pela qual já temos passado, é certo que o hábito da leitura, quando existe, independe do meio em que está o conteúdo. Claro que podemos preferir revistas e livros impressos, ou ler em dispositivos digitais, mas a paixão pelo texto e a curiosidade por diferentes histórias está na raiz do hábito.

Em 11 de setembro do ano passado, a Agência Brasil publicou uma reportagem sobre a leitura no país. Segundo o texto, o Brasil perdeu, em quatro anos, mais de 4,6 milhões de leitores, de acordo com dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. De 2015 para 2019, a porcentagem de leitores no Brasil caiu de 56% para 52%. Já os não leitores, ou seja, brasileiros com mais de cinco anos que não leram nenhum livro, nem mesmo em parte, nos três meses anteriores à pesquisa, representam 48% da população, o equivalente a cerca de 93 milhões de um total de 193 milhões de brasileiros. As maiores quedas no percentual de leitores foram observadas entre as pessoas com ensino superior — passando de 82% em 2015 para 68% em 2019 —, e entre os mais ricos. Na classe A, o percentual de leitores passou de 76% para 67%.

Chocante, né? Perceber que o hábito da leitura diminuiu durante os últimos anos e caiu ainda mais entre aqueles que, em teoria, tem mais condições e acesso a livros e textos, mostra uma realidade não muito animadora.

Para mim, entusiasta da literatura e da educação, e como jornalista diretora de uma revista semanal, essa informação preocupa. Meu atual questionamento é: como incentivar os mais jovens a adquirirem o hábito da leitura? Como fazê-los encontrar prazer ao lerem livros e revistas? Tenho pensado em projetos que podem incentivar crianças e jovens a descobrirem novos mundos através dos textos e espero conseguir colocá-los em prática.

Para uma sociedade sustentável, precisamos que, desde pequenos, os cidadãos aprendam a refletir sobre o mundo que os cerca e nada melhor do que a leitura para promover essas reflexões e novos pensamentos. Estou certa de que a Revide pode contribuir muito com essa transformação. E vamos trabalhar por ela.

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