Pontos de Vista

Pontos de Vista

São tempos de ataques à imprensa, incitação da dúvida sobre a credibilidade de alguns importantes veículos de comunicação e disseminação da expressão “fake news” — termo mais presente do que as próprias notícias falsas. Com tanta desconfiança pairando no ar, esbravejar por aí que tal jornal ou revista não é confiável virou atitude comum. Mas será que estamos tão perdidos, assim?

Semanalmente, circulam pelo Brasil quatro revistas: Época, Veja, IstoÉ e Carta Capital. Quinzenal e mensalmente, são mais outras tantas publicações que trazem abordagens diferentes dos mesmos assuntos, além de conteúdos diversificados, dependendo da linha editorial de cada uma.

É certo que podemos preferir um ou outro veículo, inclusive a partir das abordagens realizadas por eles para cada assunto. Mas é certo, também, que, para criarmos desconfiança ou repulsa, precisamos nos informar sobre as propostas de cada um. Reclamamos daquilo que vemos sem ler ou entender mais profundamente. É a história do “não vi e não gostei”, de Paulo Francis. 
Por gostar muito do jornalismo e trabalhar no mercado da comunicação há mais de 30 anos, leio, todas as semanas, as revistas nacionais. Procuro interpretar o viés de cada publicação sobre um mesmo tema. Eventualmente, inclusive, as quatro revistas trazem o mesmo assunto em reportagens, às vezes de capa, que são destrinchados a partir de pontos de vista diferentes.

Aproveitar essa oportunidade de ampliar os horizontes a partir de todas as informações à disposição é fundamental para criar uma visão crítica e fundamentada sobre os principais acontecimentos do mundo. Observar as visões que outras pessoas têm, o que os articulistas das publicações pensam, analisar os cadernos especiais preparados especialmente para um determinado assunto, são atitudes que podem enriquecer o repertório e embasar uma vivência mais intensa de tudo aquilo que se passa à nossa volta.

Acredito profundamente, e já repeti isso algumas vezes, que a educação é a principal força capaz de mudar a realidade de nosso país. Mais importante do que o direito à posse de armas, é estar munido de conhecimento, em um Brasil que trate como prioridade a formação de seus cidadãos. Por isso, tenho para mim que os veículos de comunicação são fundamentais na concepção de uma sociedade mais justa — talvez seja este, inclusive, o motivo de crer, há 32 anos, no potencial da Revide como contribuição para leitores que busquem uma cidade cada vez melhor. 

P.S.: E aqui cabe um adendo final, com relação às últimas mudanças realizadas pela Revide e nossa proposta com tudo o que temos feito.

Buscamos, com o Caderno Cotidiano, trazer mais informações pertinentes a Ribeirão Preto e a quem vive aqui. O jornalismo não é apenas sinônimo de versões oficiais de fatos, respostas de poderes públicos ou notas enviadas a toda à imprensa. Jornalismo é apuração, é faro e é busca por dados que não estão disponíveis a todos, a qualquer momento. 

Jornalismo é prestar a atenção em conversas pertinentes e levar adiante os acontecimentos corriqueiros, que, por mais simples que sejam, podem estar carregados de simbologia. Mas jornalismo não é fofoca, é uma prestação de serviço público, mesmo quando desagrada aos noticiados.

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