Sentir para saber

Sentir para saber

Sempre acreditei na educação como uma das ferramentais mais transformadoras da humanidade. Tenho muita convicção de que é fundamental compreender o mundo à nossa volta para que possa- mos criar, contestar, evoluir e mudar. Educar é afetar, de forma intensa, o mundo do outro. E é esse afeto que faz a diferença.

Em uma das edições da Feira do Livro, em Ribeirão Preto, a filósofa Viviane Mosé afirmou que só conseguimos compreender e absorver aquilo que nos afeta. Entender, pelas vias da razão, não é suficiente para que aquele novo conteúdo nos atinja por completo. Para ela, é preciso sentir.

Tenho a impressão de que esse período de isolamento social é um momento propício para isso: sentir. Com tantas notícias a todo momento, temos a necessidade de filtrar aquilo que realmente queremos absorver. Precisamos, também, pensar em como podemos aproveitar esses dias transitórios de uma forma diferente, selecionando novas informações e aprendendo mais.

Acredito que, apesar de todo o contexto negativo, desfrutar do período em casa — quem o tem — para ampliar o repertório pode ser um bom caminho. Ler, assistir a filmes, ouvir podcasts, ver entrevistas e aumentar nossa compreensão sobre diferentes assuntos são ações que podem nos enriquecer em um futuro não tão distante.

É tempo de compreendermos mais o mundo em que vivemos e buscarmos referências, fictícias ou reais, que ampliem nossa visão. Tal- vez aprender aquele idioma que sempre foi um sonho, ou destrinchar a filmografia de um determinado diretor e, quem sabe, ler um livro mais longo que há tanto tempo está na estante. É tempo de se afetar com o diferente e de sentir o novo, aprendendo com o que temos vivenciado.

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