Tempo, inteligência e coragem

Tempo, inteligência e coragem

O trio de substantivos compõe o título da coluna desta semana parece ser, e é, uma combinação bastante promissora, mas confesso que não saiu das minhas reflexões. Este é o nome do texto de Eugenio Mussak para a revista Vida Simples, de janeiro deste ano. Como definido em sua assinatura, o colunista escreve “sempre buscando simplificar o que parece complicado. Mais uma vez, ele parece ter sido muito feliz em sua tentativa.

No relato do mês, Mussak conta que participava de mais um desses encontros da empresa na busca por meios de sobreviver à fase de queda na economia. Ali, todos estavam interessados em encontrar novos caminhos para gerenciar o atual momento, agregando sugestões bem elaboradas, inclusive, sobre de que forma manter o time motivado e esperançoso de que dias melhores virão em breve. Tudo muito natural para executivos bem formados e, de certa forma, até habituados à gestão de crises. 

Mas, segundo o escritor, que é também educador e palestrante, a principal lição daquele dia saiu de um breve vídeo mostrado por uma colega em seu smartphone. O ensinamento vinha de um grande líder, mas não de um conhecedor do universo ali em debate. Do Papa Francisco veio a receita para enfrentar uma situação que impõe um grande problema. Em 75 segundos, mantendo seu caraterístico semblante sereno e simpático, Francisco elencou os ingredientes principais: primeiro de tudo, não se desesperar, manter a calma; depois, tentar encontrar maneiras de superar o problema; e por último, se não for possível solucionar a situação agora, ter forças para suportar até que a oportunidade surja. Em um outro raciocínio, o Papa reduz e elenca que é preciso tempo — para compreender a situação —, inteligência — para buscar o caminho — e coragem — para seguir em frente.

As lições parecem óbvias, e provavelmente são, mas são também um belo e certeiro caminho a percorrer. Como pontua Mussak, na maioria das vezes, a verdade está embutida, justamente, na obviedade, e este parece ser o caso. 

Tempo, inteligência e coragem são fundamentais, também, no mundo dos negócios. Em outras palavras, paciência, organização e atitude podem resolver muitos problemas corporativos. Pessoalmente, manter a tranquilidade, planejar o que pode ser controlado e enfrentar as adversidades de frente têm sido um exercício diário. Tudo isso, da maneira mais simples possível, como propõe Francisco. 

Assim como aquilo que é essencial, as lições do papa se aplicam, na minha leitura, a inúmeras situações da vida, e seguir esses ensinamentos parece simples, mas não é fácil. Acredito que, sim, vale a pena tentar colocar em prática essa receita, que Mussak denominou em seu texto de “simplificação inteligente”, sem perder de vista mais uma lição que Francisco deixou: “somos, sim, capazes de superar todos os problemas”. 

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