Efeito Borboleta

Efeito Borboleta

 A vida precisa do vazio: a lagarta dorme num vazio chamado casulo até se transformar em borboleta. A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida. Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito. É no vazio da jarra que se colocam flores. E as pessoas, para serem belas e amadas, precisam ter um vazio dentro delas. A maioria acha o contrário; pensa que o bom é ser cheio. Essas são as pessoas que se acham cheias de verdades e sabedoria e falam sem parar. São umas chatas! Bonitas são as pessoas que falam pouco e sabem escutar. A essas pessoas é fácil amar. Elas estão cheias de vazio. E é no vazio da distância que vive a saudade. – Rubem Alves

Borboleta

A primeira vez que ouvi falar de “Efeito Borboleta” foi no filme com o mesmo nome... Demorei um pouco para assimilar o significado, mas hoje consigo entender bem esse efeito em minha vida... 

Efeito borboleta é um termo que se refere à dependência sensível às condições iniciais dentro da Teoria do Caos. Segundo a cultura popular, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo.

E foi assim, que na pacata rotina do meus 20 e poucos anos, uma interpelação me “atropelou” a caminho do trabalho. Achei engraçado e curti a bajulação até que o flerte virou “pegação no pé”, namoro, gravidez precoce, um casamento frustrante e cheio de problemas e uma separação traumática. A única coisa boa foi a chegada de Pedro em minha vida...

Demorei para me recuperar, e hoje sei que na verdade eu nunca tinha conseguido. As sequelas foram arrasadoras e o descontrole emocional certeiro. Veio a compulsão, que cresceu pouco a pouco e, quando me dei conta, os quilos e quilos a mais estavam em mim: dona redonda!

Já contei aqui que fiquei tanto tempo sem me olhar no espelho que quando resolvi encarar o reflexo levei um susto. Era o Efeito Borboleta se apresentando! Aquele namorinho inocente, as maldades e frustrações que precisava superar, tinham me transformado numa pessoa amargar e gorda. Impossível não atribuir a gordura do meu corpo aos efeitos causados pelas questões emocionais. Não é difícil encontrar artigos e referências que tratam deste assunto.

O bom de tudo é que consegui encontrar uma solução... Há quem chegou a achar que eu tinha até compulsão em “achar um jeito de emagrecer”, de tantas tentativas... Mas eu tinha um distúrbio, com características genéticas, mas que provavelmente foi desencadeado por questões emocionais... Se não fosse isso, certamente teria tido resultados em uma das tantas tentativas... Enfim, hoje comemoro o retorno a fase da escolha! Como é bom poder escolher a roupa que quero vestir, e não mais ter que usar apenas o que não ficava tão feio e disfarçava as gordurinhas... 

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