Os Ofícios do educador

Os Ofícios do educador

 Maria Cecília

Formada em Economia pela Unicamp e mestre em Educação pelo Centro Universitário Moura Lacerda, Maria Cecília Nobrega de Almeida Augusto trabalha com educação há 23 anos. Trabalhou em São Paulo, no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) como pesquisadora social e econômica e atuou no segmento de Ensino Infantil e Fundamental na Escola da Vila. Com a mudança para Ribeirão Preto, fundou, junto com outras educadoras, a Escola Miró, em que foi professora, orientadora e coordenadora pedagógica por 16 anos. Nos últimos anos, Maria Cecília voltou à pesquisa, realizando o mestrado sobre currículo, cultura e práticas escolares.

O que mais gosta na sua profissão?
Gosto das relações que se pode construir, das interações e do sentido de se desenvolver com o outro e com o conhecimento. É gratificante participar disso. Escolas são lugares de dinâmica intensa, de se cuidar do agora e do amanhã, não tem monotonia. Sua criatividade e seu comprometimento são requisitados todo o tempo.

Qual a importância dos professores na sociedade?
Qualquer ação de ensino tem efeitos pessoais, acadêmicos, emocionais e sociais sobre os estudantes. Os professores são criadores da experiência de ensino, portanto, seu papel é fundamental. Diferentes segmentos lutam por mais e melhor escolarização, reconhecendo nas escolas seu potencial de transformação. Escolas, professores, alunos e comunidade formam uma combinação potente para um futuro preferível.

Os professores estão desestimulados?
As mudanças, as instabilidades e as incertezas da sociedade produzem, além de desafios, cobranças sobre a escola e os professores. Ao mesmo tempo em que são lembrados como solução para diversos problemas, não recebem contrapartidas à altura: investimentos na formação, nas condições de trabalho, na valorização do trabalho coletivo e autoral e no salário. Há uma sobreposição de frustrações, desrespeitos e desestímulos que vem atingindo também àqueles que gostariam de se tornar professores.

Como é o seu novo trabalho?
No mestrado, procurei contar histórias sobre os professores e seus ofícios, histórias que contrariam a desvalorização do profissional da educação. Tentamos colaborar registrando a singularidade, a complexidade e o valor dos seus saberes.

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