Sem olhar a quem

Sem olhar a quem

Projeto de voluntariado bem que merece ações similares em prol dos menos favorecidos

Caro leitor, estou de volta. Por uma semana estive em uma missão extremamente gratificante de um grupo que busca fazer o bem de forma otimizada para pessoas carentes de vários locais da Bahia.

A Organização Voluntários do Sertão, com a qual estive em Santa Cruz Cabrália, há 16 anos vem transformando vidas no sertão baiano, com atendimento médico e odontológico, além de aulas de cidadania a quem muito pouco tem.

Para a edição deste ano a organização criou uma música que contém em sua letra o velho adágio de fazer o bem sem olhar a quem. E não há mesmo discriminação. Se escolha há ela recai sobre os mais necessitados de atenção.

É uma semana intensa, com mais de 40 mil atendimentos, quase 2 mil cirurgias e cerca de 6,8 mil medicamentos distribuídos. A ação é calculada em R$ 10 milhões, mas ninguém no grupo quer saber de dinheiro. Muitos até pagam pequenas despesas para participar.

E há ainda um detalhe muito sério. Supondo que o prefeito da cidade atendida tivesse o dinheiro, não conseguiria contratar um trabalho com tamanha desenvoltura, onde o atendido faz todos os exames necessários, cirurgia se for o caso e até óculos, próteses dentárias e, claro, medicamentos.

A busca é pela qualidade. Onde as pessoas tenham o atendimento completo, sem necessidade de outros profissionais ou procedimentos. A quantidade alcançada é resultado do esforço dos profissionais voluntários, que muitas vezes trabalham mais de 12 horas para dar conta da demanda.

É um projeto singular por sua forma. O tempo acumulado de ação gerou experiência e reduziu erros. Por isso a satisfação dos atendidos é real e quase pode ser medida pelo semblante de alegria das pessoas.

A satisfação dos voluntários também está expressa em sua alegria de atender bem, de forma carinhosa, quase familiar. E, depois, também está estampada nos sorrisos e nas postagens deles nas redes sociais.

É uma ação meio difícil de descrever por sua complexidade e, ao mesmo tempo, por sua simplicidade de atendimento. Atendimentos de alta complexidade, cirurgias e exames são realizados de forma ágil com o objetivo de beneficiar o maior número de pessoas.

Você, leitor, acostumado a ler neste espaço as críticas políticas pode nem estar entendendo este texto sobre o assunto de voluntariado. Então, mas estas palavras servem para mostrar a outras entidades que é possível fazer algo parecido em favor do semelhante.

Também pode mostrar que nem tudo está perdido e quem há muita gente ainda disposta a fazer o bem. A cuidar de outras pessoas com o único objetivo de ser solidário e melhorar algumas vidas.

COMPORTADOS

Aliás o mutirão, por sua forma voluntária, deixa os políticos sem coragem expressa de utilizar seus resultados. É claro que o prefeito dá umas passadas nas filas, um ou outro secretário estadual ou municipal aparece e até deputados visitam os locais de atendimento, como ocorreu em Santa Cruz Cabrália. Mas se limitam a aparecer, sem fazer proselitismo. Não por falta de vontade, claro.

ADINS IMPROCEDENTES

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) julgou improcedentes duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) movidas pela prefeita Dárcy Vera (PSD) contra leis aprovadas pela Câmara Municipal. Passam a vigorar, então, a lei que obriga estabelecimentos comerciais a instalarem sanitários infantis e a que permite a para de ônibus urbano fora de pontos oficiais para embarque e desembarque de deficientes.

QUEIMADAS

O TJ também rejeitou agravo da prefeita contra decisão que negou prosseguimento a recurso extraordinário a sentença que determinou a inconstitucionalidade de lei que proíbe queimadas de cana no município de Ribeirão Preto. A Adin foi movida pelo Sindicato Rural de Ribeirão Preto. Ainda cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça, mas de difícil sucesso, a julgar por decisões anteriores sobre o assunto.

EM DIA

Depois de atrasos na rerratificação de contratos de limpeza pública, a Prefeitura renovou dentro do prazo a contratação do principal serviço de limpeza da cidade, a coleta domiciliar. O custo teve reajuste de 12,09% e passou de R$ 63,9 milhões para R$ 71,6 milhões por ano.

Foto: Voluntários do Sertão / Divulgação

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