Fazendo a diferença na Governança – Mensagem a Garcia

Fazendo a diferença na Governança – Mensagem a Garcia

Diz a lenda que durante a guerra entre os Estados Unidos e a Espanha, o Presidente McKinley, dos EUA, necessitava comunicar-se urgentemente com Garcia, que era o chefe dos insurretos, e procurou um homem que pudesse levar-lhe uma mensagem. Rowan foi recomendado para essa missão. Recebeu a carta do Presidente e, sem ter questionado quem era Garcia ou onde poderia estar, entregou, em menos de quatro semanas, a carta ao destinatário, tendo atravessado o mar das Caraíbas e cruzado o sertão hostil da ilha de Cuba.

Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze e sua estátua colocada em cada escola do país. Não é somente de sabedoria obtida através dos livros que a juventude precisa, nem de instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, sim, de um endurecimento das vértebras, pró-atividade para poder mostrar-se altivo no exercício de um cargo, para atuar com diligência, para dar conta do recado, para, em suma, levar uma mensagem a Garcia.

A nenhum homem que se tenha empenhado em levar avante uma empresa, em que a ajuda de muitos se torne precisa, têm sido poupados momentos de verdadeiro desespero ante a imbecilidade de grande número de homens, as interferências nefastas das políticas econômicas e a consequente inabilidade ou falta de disposição de concentrar a mente numa determinada causa e fazê-la.

Assistência irregular, desatenção tola, indiferença irritante e trabalho mal feito, parecem ser a regra geral. Nenhum homem pode ser verdadeiramente bem-sucedido, salvo se lançar mão de todos os meios ao seu alcance para garantir a dedicação e o comprometimento de outros homens a ajudá-lo.

Fazendo uma metáfora, nos dias de hoje em uma empresa, se o chefe entregasse um envelope a um funcionário despreparado e pedisse que o mesmo fosse entregue a Garcia, com certeza haveria alguns questionamentos imediatos, como “Onde ele está?”, “Como vou chegar até ele?”, “Como vou reconhecê-lo?”, “Onde consigo o dinheiro para as despesas?” e “Devo esperar resposta?”.

Essa incapacidade de atuar independentemente, essa inépcia moral, essa invalidez da vontade, essa atrofia de disposição e falta de iniciativa nos faz crer que o que mantém muitos empregados em seus postos e os fazem trabalhar é o medo de, se não o fizerem, serem despedidos no fim do mês.

Acredito no profissional que trabalha conscienciosamente, quer o patrão esteja, quer não. É o homem que, ao lhe ser confiada uma carta para Garcia, tranquilamente assume a responsabilidade, sem fazer perguntas idiotas e sem a intenção oculta de jogá-la na primeira sarjeta que encontrar ou praticar qualquer outro feito que não seja o de entregá-la ao destinatário; esse homem nunca fica "encostado", nem tem que se esforçar para obter um aumento de ordenado.

A civilização busca ansiosa, insistentemente, profissionais nessas condições. Precisa-se dele em cada escritório, em cada oficina, em cada loja, fábrica ou comércio. O grito do mundo inteiro praticamente se resume nisso: precisa-se e precisa-se com urgência de profissionais capazes de levar uma Mensagem a Garcia.

Conforme tenho lembrado aos alunos, antes de pedir aumento de salário, tenha em mente a resposta para a seguinte pergunta: o que você está fazendo para melhorar o resultado da sua empresa?

Quando você tiver resposta para essa pergunta, não precisará pedir o aumento ou você estará perdendo tempo e deverá procurar outra empresa que saiba valorizá-lo.

José Rita Moreira 
Sócio-diretor 
BLB Brasil Auditores e Consultores

Compartilhar: