As lições da Petrobrás no quesito Governança Corporativa

As lições da Petrobrás no quesito Governança Corporativa

Recentemente, temos visto com perplexidade e revolta os acontecimentos que envolvem a Petrobras e a indústria da corrupção que ali se instalou, muitos entendem que os episódios são parte da cultura das empresas públicas e órgãos governamentais.

O pior é que tal comportamento avança em algumas poucas empresas privadas, com o desconhecimento dos sócios ou executivos, mas para o benefício de alguns poucos funcionários que buscam levar vantagem em negociações com prejuízo para a organização.

Na imprensa, também se tem visto que a Petrobras está criando uma “diretoria de governança e compliance”, com o objetivo de coibir atitudes ilícitas e identificar focos de operações ou decisões em desacordo com os princípios do Código de Ética da Companhia.

A cultura da corrupção beneficia alguns poucos e prejudica muitos, pois estejam certos que, alguém vai pagar a conta, o custo do desvio será repassado aos preços, que dentro do ciclo econômico vai acabar chegando ao consumidor que pagará mais caro, direta ou indiretamente. Então, se a corrupção não fosse tratada como usos e costumes, a credibilidade das instituições seria bem maior, os preços correntes poderiam ser menores e ainda haveria dinheiro para investimentos, nos permitindo ser um país ainda mais desenvolvido e com melhores condições de vida e segurança para a população.

Então de que forma a Governança pode garantir a lisura das operações?

A governança se propõe a garantir a transparência dos negócios, através dos rituais de controle, auditoria, aspectos organizacionais, avanço na maturidade, modelo de gestão e decisão, e compliance (que significa estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos).

Muitas empresas estão aperfeiçoando seu modelo de governança, pois não se trata de um modismo, mas sim um importante instrumento de exercício do gerenciamento que busca permitir a solidez no crescimento e desenvolvimento, estabelecendo bases sólidas para uma perpetuidade.

A grande vantagem é que as empresas privadas têm maior mobilidade para decidir e instalar mecanismos de acompanhamento e controle, pois a alta administração estabelece prazos e critérios que necessariamente devem ser cumpridos, com o risco de desligamentos dos colaboradores menos comprometidos com realizações e prazos.

Já na iniciativa pública, outros valores estarão presentes durante as decisões, muitas das quais irão comprometer a obtenção dos resultados nos prazos estipulados, isso se eles acontecerem.

O Brasil como um todo é um mar de oportunidades, e a iniciativa privada só não está mais veloz em função das travas criadas pelo Governo ou mesmo atitudes que colocam em descrédito os negócios do país e, por consequência, comprometem a imagem da nação.

José Rita Moreira
Sócio-diretor
BLB Brasil Auditores e Consultores 

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