O que todos sabem

O que todos sabem

No século 18, um famoso filósofo alemão simples e sabiamente mencionou – “Tudo que não puder contar como fez, não faça!”.

A filosofia nos leva a reflexões. Andamos relapsos e devemos ao menos admitir. Mas, o que nos faz saber o certo e agir de forma contrária a isso? O que nos faz jogar um papel no chão quando a lixeira está a poucos metros? O que nos faz furar a fila do banco? O que nos faz colar na prova?

Nossa vida depende de escolhas, e para fazê-las precisamos de fundamentos que nos sirvam como guias. Onde buscamos estes fundamentos? Onde a informação adquirida nos leva a metanóia, que no seu sentido original, significa mudar o próprio pensamento, mudar de ideia? Alterar os padrões de vida mesmo quando não tem ninguém olhando é um desafio, não é verdade?

O diálogo recente entre os filósofos Clóvis de Barros Filho e Júlio Pompeu gerou o livro “Somos Todos Canalhas: filosofia para uma sociedade em busca de valores”. “Sendo a canalhice o atributo de uma conduta, essa pergunta “somos todos canalhas?” é improcedente. Mas se a pergunta for “agirmos todos de forma canalha?” Eu diria sim, agimos todos de forma canalha em algum momento. Porque em nosso cotidiano tomamos decisões a fim de garantir conforto pessoal, atrapalhando a convivência com o próximo”, afirma Barros Filho.

Engano nosso pensar que a corrupção é exclusividade do governo – e não devemos em hipótese alguma generalizar! Se assim fosse, seria fácil de extinguir. O mal está enraizado em nós. O “jeitinho”, que não é só brasileiro, tomou conta do nosso dia-a-dia. Ao acharmos que estamos sendo espertos na verdade, estamos sendo corruptos.

Nós construímos o processo possível de corrupção, então podemos desconstruí-lo. A corrupção é obra nossa, e se ela é obra nossa, ela pode ser extinta por quem a construiu. (Mário Sérgio Cortella)

É um alívio pensar que a mudança é possível, mas, acreditar em um mundo melhor se torna utopia se não houver mudança. Há que se refletir! 

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