Glória ao sol e ao mel

Glória ao sol e ao mel

Ela estava indo para o trabalho, já no fim da manhã. O sol estava forte em Ribeirão Preto aquele dia, como em outras dezenas de datas durante o ano. Entrou dentro de uma loja de departamentos. Abriu uma geladeira e pegou uma lata de refrigerante.

De volta a rua, a luz refletia em seus braços cor de mel e em sua calça de tecido preto, que brilhava. Ela usava, também, uma camisa branca e um colete escuro. E escutava música, na concentração de seus fones de ouvido.

O som era de Patti Smith. A maior poetisa da história da música.

Esperava o ônibus, quando proporcionou a imagem mais bela e gloriosa da cidade interiorana naquela hora.

Com a vértebra reta. As pernas esguias. A do lado direito ereta, cruzada com a esquerda. A mão direita estendida, que equilibrava a lata de guaraná na palma. O outro braço sustentava o corpo pela cintura.

Ela olhava, com belos olhos castanhos, contornados com lápis, profundamente o objeto. Com seus lábios carnudos, pintados de vermelho, adornados por um anel em uma da pontas.

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