Punkada

Punkada

Volte 23 anos, sintonize na TV Cultura. Provavelmente você vai ver Matéria Prima, o avô do Altas Horas, com o apresentador Serginho Groisman. Uma das edições mais marcantes desse programa tratou sobre anarcopunk.

Os convidados eram todos jovens, punks, a maioria filhos ou proletários. Falavam que o visual, considerado chocante, era para refletir a violência que a sociedade faz com eles e com quem não tinha amparo.

É impressionante, em todo discurso deles, o alto grau de politização deles. Falavam do assunto com propriedade, verdadeiros doutores em Deus e o Estado, de Mikhail Bakunin.

Avance essas duas décadas, pegue jovens, filhos e ou proletários. Punks não são mais, pois o movimento ruiu com a mudança de valores do mundo do século XXI. E ao invés de ver Matéria Prima, assista Na Moral, com Pedro Bial, desta quinta-feira, 07. Você verá alguém defendendo o consumismo como forma de autoafirmação na sociedade, comparado ao voto, movimentos sindicais ou estudantis e até anarcopunk.

Música

O pessoal que participou desse programa afirmava que não gostava de nenhuma das grandes bandas punks (?), que é até compreensível. Apontavam Ramones como muito comercial, junto com The Clash. Apesar, que mesmo sendo conhecidos, o grupo de Joe Strummer e Mick Jones sempre foi mais ativista. Assim como Dead Keneddys, de Jello Biafra.

E só Sex Pistols, que tinham os cojones para xingar a rainha do Reino Unido, eram saudados.

O brasileiro Ratos de Porão já eram considerados traidores do movimento, desde que assumiram a vertente hardcore.

O som escutado era bem coerente. Seguindo a frase “Faça você mesmo”, ouviam as bandas de garagem, ou as mais ativistas, como Garotos Podres.

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