Sem cipreste

Sem cipreste

Me sinto Tippi Hedren em Os Pássaros (1963), de Hitchcock. Todas as vezes que passo por aquela avenida perto do trabalho um Pitangus sulphuratus raivoso vem me bicar, assim como qualquer ser humano que passa por aquele local.

Já tentei atravessar a rua, e o resultado foi um ferida na cabeça. Já tentei dar risada de uma pessoa atacada, mas consegui outra ferida na cabeça. Já tentei correr, e bom outra...

Maldito Pitangus sulphuratus! Ainda acabo com você!

Hoje à noite vou me armar. Conheço um russo nascido na Ucrânia que tem o que o que precioso.

Um material belicoso fabricado com a melhor madeira de reflorestamento em forma de “Y”, um estilingue.

Vou ao ataque de meu adversário, mas vou sob a proteção de um veículo de guerra. Um celta azul celeste duas portas.

Enquanto preparo meu ataque, depois de uma leitura atenta de A arte da guerra (Tsun Tzu), noto uma coisa diferente.

Três ciprestes – um italiano e dois portugueses – que eu costumava admirar sumiram. Fui até a casa que as árvores ficavam para perguntar ao dono o motivo do sumiço delas.

Ele só respondeu que foi para agilizar a venda do imóvel, concretizada há um mês. O mesmo tempo que começaram os ataques do Pitangus sulphuratus maléfico.

Pitangus sulphuratus satânico só comete os ataques porque perdeu a casa. Onde ficavam seus ninhos.

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