PROPINA

PROPINA

(O BOCA DO INFERNO DIRETO DO BOLSO DE UM POLITICOZINHO QUALQUER)

PROPINA: palavra mais usada e abusada, sussurrada ao pé do ouvido, anunciada com pompa e circunstância, lavada no submundo dos paraísos fiscais, recebida sem NENHUMA vergonha nesse imenso DisneyBRÁS fundado e esculhambado por Pero Vaz de Caminha, inventor do nepotismo, primo-irmão da corrupção e da bandalheira. 
PROPINA: palavra ANTES pronunciada nas sombras dos corredores palacianos, nos gabinetes pomposos das câmaras e senados. Palavra demoníaca, como sinistro, tortura, usurpador, sabotador, feiura. Vocábulo AGORA pisado e repisado à luz do dia nas praças, ruas, bares e esquinas, por qualquer indignado ou metido a astuto.
PROPINA: palavra ofensiva que ganhou a luz do dia e, sem medo, pode ser sinônima de ministro, senador, governador e outros tantos vocábulos terminados com “dor”. Pessoas ocupam esses cargos em nome do povo. Eleitas pelo povo. Prometem cuidar do povo. Mas, que entidade é essa a que chamam de povo? Os populistas? Os farsantes? Os equilibristas?
PROPINODUTO: palavra derivada de descaramento, cloaca por onde escoa a falta de vergonha. Denomina um ventre sem vergonha. É uma invenção nossa. Só nossa. Ninguém tasca. Faz parte eloquente da nossa criatividade. Produto da nossa propensão à vitimização ou omissão, pois somos nós que o alimentamos de quatro em quatro anos, fugindo da urna, como se ela fosse lepra, como se, ao nos escondermos debaixo da cama, não fôssemos também da bomba que inevitavelmente virá. 
PROPINODUTO: Ainda não o patenteamos, pois não conseguimos ainda distinguir sua forma camaleônica e acanalhada. A cada momento abastece, de forma conveniente, um bolso ou um cofre diferente. Equivale a um vírus de computador. Esse duto mutante, atualmente, se Lava-Jato, pena que o lavador MOROSO só consiga enxergar a sujeira que está na cara, não consegue remexer na sujeira encrustada dentro dos canos de governos e governantes de longa história de mandos e desmandos dessa Brasolândia.
AINDA BEM que vem por aí uma nova geração com outras práticas, outras armas, outras ferramentas. O Brasil pode não acreditar neles, mas eles acreditam no Brasil. Arregaçam as mangas. Nasceram da política, não da politicagem, nem da politicalha. Política canalha. É hora de a Brasolândia, casa da mãe Joana, se tornar Brasil. Um país com cara nova, livre das caras velhas entupidas de botox.
O BRASIL PRECISA DE UM CHOQUE DE VERGONHA NA CARA.

Compartilhar: