DESVENDANDO A VIRGINDADE DE UM VAGABUNDO. ENTENDENDO OS ORGASMOS DE SEU CRIADOR.

DESVENDANDO A VIRGINDADE DE UM VAGABUNDO. ENTENDENDO OS ORGASMOS DE SEU CRIADOR.

Em Guarulhos, uma vaca caiu do telhado de uma casa. Que susto! Surreal. Felizmente, não houve qualquer ser humano ferido. Somente a vaca mesmo. Mas ela também passa bem, tendo recebido, imediatamente, cuidados veterinários. Convenhamos, não é usual uma vaca entrando pelo telhado de uma casa. Por isso mesmo, não pelo fato em si (que teve seus danos e ferimentos animal), mas, pelas circunstancias, essa notícia rompeu com o trivial, tudo aquilo que estamos saturados de saber ao folhear os jornais diários ou navegar nas marés repetitivas da web. Saturados, mas, embevecidos, de uma mentalidade que se não é, absolutamente, igual para uma grande maioria de compatriotas, apresenta poucas variáveis que geram outras mentalidades muito similares à “original”. Porém, o problema é que se a própria “original” tem jeitinho de pirataria (corrompe, prejudica e atrofia crescimento), o que imaginar de suas similares? Pois bem, vejamos do que, por breve momento, a vaca desviou nossa atenção.

            Segundo pesquisa divulgada pela Universidade de Albany, nos Estados Unidos, homens mais engraçados e ricos dão orgasmos mais intensos às mulheres. George Gallup, psicólogo responsável por esse estudo, diz que “o senso de humor não apenas prevê a renda familiar e a autoestima do parceiro, mas também a propensão da mulher de iniciar o sexo”. Nesse ponto, é pertinente a questão: estaria boa parte das mulheres norte americanas deprimidas a ponto de só se satisfazerem sexualmente quando em relações íntimas com “comediantes”? Claro, é importante lembrar que, segundo esses mesmos dados de pesquisa, o comediante, provavelmente, não poderia ser um palhaço de circo itinerante mequetrefe. Caberia melhor “um carinha” estilo Christian Grey, dopado por óxido nitroso. Afinal, não basta fazer rir, tem que também fazer coçar a mão direita. Sexo nonsense, em uma vida insensata. Tão insensata quanto festas de debutantes que atingem cifras das quais milhões de brasileiros jamais se aproximarão, nem que tenham rebanhos gigantescos de suínos de louça em seus armários de mdf. Piores se tornam essas insanidades quando recebem a denominação de investimento, tal como foi verbalizada por uma dessas mães de aspirantes à realeza. Afinal, investimento em quê e para quê? Talvez, no máximo, na formação de mais princesas e príncipes, cujos reinos não ultrapassam os limites de seus narizes arrebitados pelas plásticas precoces. Possivelmente, a finalidade desta “corte real”, cheia de bobos que animam e são animados por canções ostentação, é ultrapassar outros tipos de limites, como a de velocidade automotiva, de teor de álcool no sangue, de ignorância para com a existência de outro universo, no qual “barbies e kens” são somente bonecos de plástico em mãos infantis que, em curtíssimo prazo, empunharão armas de fogo apontadas “contra a cara do sossego”. Mas, claro, sossego com sorrisos nervosos, criado pelos muros altos e eletrificados de ilhas da fantasia urbanas. Entretanto, constantemente, dentro dos limites de cada ilha, não é um simpático anão que se destaca por admirável hospitalidade, mas, um gigantesco e antipático esnobismo e, nas mesmas proporções, ignorância e indiferença. Ao se deslumbrar pelas extasiantes fantasias, a “nobreza rude e ruidosa” gera dividendos para entretenimentos diversos, desde arraiás techno-sexuais até orgias universitárias ou profissionais. Enquanto isso, aumentam os números de audiência de Game of Thrones, o qual, percebido por visão mais apurada, não se trata de ficção inspirada, em algum grau, em realidades sociais, e sim, de uma ampla e atemporal realidade social, amenizada pela anestesia sensorial de se pensar estar assistindo, apenas, à um conto. Como disse uma debutante durante entrevista à imprensa: “Ah, eu me sinto uma rainha, né? Isso é vida”. Realmente!!! No que tem se tornado a vida??? Basicamente, em uma obsessiva correria em busca do poder de impressionar, do poder de dominar, do simples e tresloucado poder. Lembrando o tema da redação do ENEM 2014, a publicidade infantil, o que mais poderíamos esperar da mentalidade massificada brasileira senão toda essa sandice egóica??? Afinal, como dizia uma inocente criança para milhares de outras, na distante década de noventa, ao segurar uma tesoura em anúncio publicitário: “eu tenho, você não tem...” Essas crianças cresceram e, possivelmente, hoje algumas continuam com as tesouras nas mãos, simplesmente retalhando o que lhes contrariam em suas vontades. Enquanto as outras milhares, ainda sem suas tesouras, previsivelmente, hoje se retalham, por entenderem não adiantar em suas vidas, nem mesmo, ter vontades.

            Realmente serão tão surpreendentes assim fatos e ações baseados em puro ego? De meros caprichos birrentos infantis, passando por possíveis violências sexuais universitárias à la Império Romano  e culminando em escândalos políticos bilionários que fazem assaltantes de banco parecerem trombadinhas...Com tanta mesmice noticiada, na qual o poder pelo poder virou informação reprisada, ficarmos pasmos soa, cada dia mais, tão surreal quanto quedas de vacas pelos telhados das casas. Tadinhas das vacas.                       

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