EM NOME DO AMOR?!

EM NOME DO AMOR?!

Homem aprendiz, ainda inábil na vivência do Amor. Talhando sua história no tempo, parece confundir o mais nobre sentimento, com muito do que lhe é tormento, das tormentas as quais ele mesmo provoca. Então ignora e, por incontáveis vezes, até execra as chances de Amor verdadeiro, chamando-as de vespeiros, nos quais é tolice confortar a alma e acarinhar com as mãos. Amor, assim mesmo escrito, com letra maiúscula, já que minúscula é a exclusiva satisfação egocêntrica de um ou poucos alguns, mesmo e principalmente quando em mais, seja em dezenas, centenas, milhares ou milhões. O Humano, por vezes, desumanamente acromático, contraditoria e alienadamente, se contenta com os frios dos cinzas, ainda que admita a existência do calor e aconchego multicolor. O Homem, que em essência, ama viver, mas também precisa resgatar o viver para Amar.

Desde 1984, não somente na Irlanda, são ouvidas vozes que desafiam o olhar sobre o Amor, pois, a partir de então, deve ser repensado o que, realmente, se deve fazer em seu sacro nome. Vozes que ecoaram, ainda mais fortes, em 1989 no Brasil, formando coro para dizer que o Amor é bondade, não conhecendo a inveja ou vaidade. Sim, U2 e Legião já sabiam...Tinham clareza absoluta de que, em um mundo cheio de ódio - portanto, discurso nada novo - Amar é ato subversivo. Tabus, mesquinharias, sandices, intolerâncias e tensões. Eis alguns dos principais alvos do poder de fogo do Amor. Fogo mais do que amigo. Fogo necessário. Fogo natural. Tão natural quanto as mãos dadas entre meninos e meninos, meninas e meninas, meninos e meninas. Tão natural quanto a explosão de misturas, no agitar do caldeirão de peles, línguas e sabores. Tão natural quanto um cristão dizer amém para o que um budista aprende por meio do Dharma e um Mulçulmano torce proferindo “inshallah”. Tão natural quanto a menina brincando de pião e um menino brincando de fazer comidinha em um fogão de mentirinha. Portanto, reanimar o Amor significa recobrar a natureza humana essencial, fonte de prazer e sofrimento, sem, contudo, que ambos signifiquem, respectivamente, o bem e o mal, mas, sim, aprendizado, fortalecimento e vida.

Eros, Psiquê, Ludus, Storge, Pragma, Mania e Ágape. Tipos de Amor, segundo uma das várias teorias existentes sobre o sentimento mestre do Homem. Tipos que, como tantos outros, saltam dos corações e mentes humanos para os livros de filosofia, os quais tentam, incessantemente, lhes devolver a simplicidade, há muito furtada pela Era na qual jazem, em repouso eterno mas agitado, a sinceridade e sensibilidade.

Recentemente, fotos, ao redor do globo, foram pintadas nas cores do arco íris, simbolizando a reafirmação do apoio ao Amor, sempre incondicional. Entretanto, não é possível colorir a alma de cada ser humano. E nem seria necessário...Afinal, se alma tivesse cor, quando livre e genuína, seria, provavelmente, branca. A razão para tal pode ser, facilmente, entendida a partir da compreensão sobre a formação da mesma dentro do espectro de cores existentes. Simples, sem segredos, contundente, amorosamente.

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