SIMPLESMENTE PÁSCOA...SIMPLESMENTE HUMANO

SIMPLESMENTE PÁSCOA...SIMPLESMENTE HUMANO

              Dia 04 de abril, assistindo o filme “Paixão de Cristo”, percebi (embora pareça muito óbvio), a partir de uma das cenas iniciais, o quanto podemos ser enganados por tudo que é maléfico, sob o disfarce do lógico e inquestionável. Minha percepção ficou nítida, principalmente e, entre outras cenas, no momento de agonia vivido por Jesus Cristo no Monte das Oliveiras, instantes antes de ser capturado pelos soldados romanos, mais especificamente, quando Cristo é questionado, pela entidade das trevas, sobre sua fé. Independentemente de fés religiosas, traduções (fiéis ou não) das escrituras, ou, qualquer outro tipo de análise possível sobre o filme, aquele ponto ilustra, contundentemente, os riscos advindos de nossa descrença na força que temos, bem como na possibilidade real de que a vida possa ser diferente e melhor, desde que estejamos seguros nesse propósito. “Crês mesmo que um só homem possa carregar todo o fardo do pecado?”. “Protegei-me ó Senhor. Confio em Ti. Em Ti, busco refúgio”. “Ninguém pode carregar esse fardo, eu te asseguro. É pesado demais. Salvar as almas deles é caro demais. Ninguém. Jamais. Não. Nunca”. “Pai, Tu podes tudo. Se for possível, afasta de mim este cálice. Mas seja feita a Tua vontade, e não a minha”. “Quem é o teu pai? Quem és tu?”. Em função da natureza e sentido das palavras contidas nesse diálogo, não é necessário apontar os donos de cada frase. Entretanto, é por meio dessas mesmas palavras que se faz viável e realista não entendermos ou aceitarmos condições como únicas e imutáveis, principalmente, quando nada agregam de salutar e parecem ter o poder de nos fazer ceder em nossos princípios mais elevados. Porque, como já dito, só parecem ter tal poder...

                Não dizemos, infelizmente, da boca para fora ou não, que notícias ruins é que vendem bem??? Pode até ser que vendam bem...Porém, ficam somente nos números de venda pois, em seguida, vão para a lata do lixo ou coleta de fezes animal. Por outro lado, notícias boas, mesmo que vendidas e assimiladas em pequena dimensão, são as que inspiram, marcam na memória e se acumulam, tanto em nossas pastas de elástico guardadas no canto íntimo do nosso armário, quanto em nossos ideais e repertórios comportamentais. Não raramente, nos emocionam de alegria e nos deliciam, tamanha satisfação que nos provocam. Até por isso, brinca-se dizendo que o verdadeiro altruísta, na verdade, é um “grande egoísta”...Essas notícias boas têm naturezas diversas, desde as mais objetivas, até as mais subjetivas. Desde significados mais brandos e sutis, até significados mais intensos e fortes. “Universidade de Harvard oferece curso de fotografia grátis e à distância”, “Abraços e afeto contra gripe”, “Yoga: benefícios para a saúde comprovados em nova pesquisa”, “Música auxiliando crianças autistas na UNI-Rio”, “Brasileiro alimenta moradores de rua em Miami”, “Policiais compram cadeira de bebê em vez de multar os pais”, “Filho de viciada vira juiz e ajuda carentes”, “Ele (Michael Brosowski) salva crianças vendidas: escravas sexuais”, etc, etc, etc...Ufa!!! Quantas boas notícias!!! Quantas novas possibilidades!!! Quanta vida!!! E, para afirmar e celebrar a Páscoa, o melhor é saber que, segundo pesquisa realizada por psicólogos de Harvard, Columbia Britanica e Simon Fraser, é inato do ser humano ficar alegre ao fazer outra pessoa sorrir. Não!!! Essa descoberta não é tão óbvia quanto parece e carrega em si outra conclusão valiosa. Se já é, cientificamente, comprovado que o sorriso faz bem à saúde, fazer outra pessoa sorrir fará bem à saúde da mesma, tanto quanto fará bem, também, ao provocador desse sorriso. Em outras palavras, fazer o bem nos protege, cura e fortalece!

                Não é inapropriado dizer que a Páscoa simboliza renascimento. Contudo, além dessa data sagrada, cada indivíduo tem chances diárias para renascer. Renascer mais forte, mais lúcido, mais coerente e mais humano, no que essa condição tem de melhor. Para tal, demanda que não titubeie ou hesite nos pensamentos e condutas que elevem a razão da existência, sua e de quem o cerca, independente dos fatos que vivencie. Elevação sempre relacionada ao sorriso. Sorriso por crer que, inspirado por tantas outras manchetes jornalísticas, tudo pode.     

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