SOLUÇÃO PARA O BRASIL: ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E VOCACIONAL.

SOLUÇÃO PARA O BRASIL: ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E VOCACIONAL.

      Em Psicologia, um dos trabalhos mais conhecidos pelo grande público é a Orientação Profissional e Vocacional. Explicando de forma sucinta, é o processo pelo qual o indivíduo é auxiliado na escolha de sua profissão, por meio do conhecimento e avaliação de seu próprio perfil e, concomitantemente, exploração e estudo dos perfis e campos de atuação das profissões existentes no mercado. A escolha final se dá, portanto, pela compatibilidade entre o perfil do indivíduo e o perfil exigido pela profissão. No universo de possibilidades profissionais, a carreira de Publicidade e Propaganda se apresenta como a profissão que tem por objetivo a aplicação de técnicas de comunicação para apresentação de produtos, marcas, serviços. E, tal como em todas as profissões, há um código de ética, um conjunto de normas e recomendações que visa garantir o melhor desenvolvimento da profissão, bem como suas melhores aplicações e efeitos benéficos para a sociedade. Dois pontos do documento referido são, em função de fatos tão atuais, intrigantes. “O profissional da propaganda, cônscio do poder que a aplicação de sua técnica lhe põe nas mãos, compromete-se a não utilizá-la senão em campanhas que visem ao maior consumo dos bons produtos, à maior utilização dos bons serviços, ao progresso das boas instituições e à difusão de ideias sadias”;  “O profissional da propaganda, para atingir aqueles fins, jamais induzirá o povo ao erro; jamais lançará mão da inverdade; jamais disseminará a desonestidade e o vício”. Ops...Algo está estranho, fora de “qualquer ordem nacional”. Ao menos fora da ordem esperada e garantidora do bem estar coletivo. Pessoas “mitando” e “sendo mitadas” - não apenas “vendidas” - de modo, eticamente, duvidoso. Porém, essas situações são atenuadas ou agravadas de acordo com o nível de consciência que se tem sobre as mesmas. Profissionais, geralmente, devem ter muita consciência. Aliás, essa consciência é o que os distanciam do “nem tão profissional assim”...  

      Para Cherry Morgan, atriz pornô americana, o universitário americano Patrick Goswitz é “selvagem”. Para seus colegas, ele se tornou uma lenda. Conscientemente, Patrick não lançou mão de qualquer técnica publicitária para ser merecedor dos dois adjetivos a ele destinados. Ele não é estudante de publicidade ou, muito menos, profissional. Seu “mérito” consistiu, basicamente, na ousadia em surpreender à todos - inclusive à própria atriz - ao convidar Cherry para ser sua acompanhante no jantar e baile formal da Universidade do Tennessee. O ponto central da história sobre a audácia de Patrick é que ele “mitou”!!! E, tal como todos que desejam “mitificação” deveriam, o fez comprovada e autenticamente (requisitos necessários segundo o código de ética publicitário). Matou a cobra e exibiu, para todos poderem ver, o pau (indícios disso são reforçados, ainda, pela notícia de também terem ido a um bar após o evento universitário). Assim, conseguiu êxito em um dos principais objetivos da carreira publicitária, orientada por suas normas, definido por “criação de opinião pública favorável” à sua ideia. A atriz não é amadora. Não ficou exibindo cara de paisagem junto à Patrick, ou “pela metade”. Não pousou para as fotos finais antes do evento terminar. Enfim, Patrick - e para haver justiça - também Cherry, nesse episódio, não foram meros produtos criados pela propaganda. Ao contrário, foram criadores de “propaganda”. Ainda que, em significativo grau, pessoal. Mas, com um pouco de boa vontade e criatividade, podendo ser interpretada também de forma social. Afinal, é possível entender a crença nas próprias ideias e ações - mesmo que, aparentemente, doidas e muito “fora da casinha” - como “uma mensagem maior”. Entretanto, é interessante perceber que o estudante, segundo suas postagens em sua conta no Twitter, parece ser simpático à conceitos conservadores, polêmicos e, até, reacionários. Em uma das postagens, exibindo foto de uma camiseta, pode-se entender que ele apoia o candidato à presidência norte americana Donald Trump, um claro símbolo dos adjetivos citados. Na realidade, é tão interessante quanto, talvez, previsível, pois o convite à Cheery também pode guardar um q da mentalidade comum do homem americano ultra-tradicional, escorada em princípios de poder, superioridade e dominação - basta considerar que a moça tem profissão que, potencialmente, concretiza a “coisificação da mulher”. Desse modo, embora não invalide a honestidade da atitude e consequente “propaganda” de Patrick, bem como a disponibilidade de Cheery, o garoto não se encaixaria, totalmente, nos princípios éticos oficiais da Publicidade brasileira, na medida em que sua ação aparenta conflitar com o item II do referido código: “II. O profissional da propaganda, cônscio do poder que a aplicação de sua técnica lhe põe nas mãos, comprometese a não utilizá-la senão em campanhas que visem ao maior consumo dos bons produtos, à maior utilização dos bons serviços, ao progresso das boas instituições e à difusão de idéias sadias”. Porém, relembrando, o jovem não é profissional da área, nem ao menos postulante à tal e, mesmo que se enquadrasse em uma dessas duas alternativas, também não é brasileiro para ter que respeitar o código da profissão de publicidade vigente no Brasil. Por outro lado, quantos são os publicitários brasileiros que, como tal, deveriam ser conscientes e manter suas atuações em conformidade com o código de ética, mas, mesmo assim, agem de modo suspeito, vendendo “gato por lebre” ao cidadão brasileiro, em suas múltiplas facetas, seja de consumidor, eleitor, etc…?

      Segundo fontes confiáveis de informações profissionais, o profissional de publicidade deve possuir, entre outros traços de personalidade e comportamento, criatividade e facilidade de expressão. Patrick, aparentemente, têm ambas em seu rol de características comportamentais. Poderia usá-las caso fosse publicitário. Mas, não o é!!! Já pelas bandas daqui, é possível que a criatividade de alguns profissionais esteja passando dos limites, fazendo-os crer (e os mesmos tentando fazer que milhões também creiam) em, praticamente, um universo paralelo, no qual a imaginação tem flertado com neurose, ainda que a primeira já esteja, perigosamente, comprometida com ingenuidade e fanatismo. Portanto, talvez seria o momento de propor Reorientação Profissional em escala nunca antes imaginada no Brasil.                   

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