SORRISO ANTROPOFÁGICO: COXINHA APIMENTADA OU MORTADELA NA MAIONESE???

SORRISO ANTROPOFÁGICO: COXINHA APIMENTADA OU MORTADELA NA MAIONESE???

              Gastronômico compatriota...Talvez você já deva estar com seus ouvidos e paciência no limite quando o assunto trata das manifestações ocorridas nos últimos dias 13 e 15. Tantas imagens foram exibidas, tantas palavras foram ditas e escritas. Muitas análises, prós e contras, foram desfiadas. Diversos cenários sócio-políticos futuros, pós marchas, foram cogitados e estudados. Debates, não raramente acalorados, entre os, pejorativamente conhecidos, coxinhas reaças e mortadelas comunas foram travados e destravados como se fossem o liga e desliga do stand by de televisão (interessante é que esse item doméstico, no atual cenário sócio-político, materializa, ao mesmo tempo, um agente alienante e um símbolo de catapulta social), praticamente, presente em todas as casas desse país “trupical”, onde trupica essa “variedade de padaria e botequim”, na qual se transformou a população brasileira. Opa!!! Agora é sabido que o Brasil foi colonizado pelos portugueses das padarias e botequins. Portanto, é importante, desde já, tomar cuidado ao pedir para os balconistas os tantos gramas de mortadela ou as coxinhas diárias da dieta nacional. Pode haver acusação de antropofagia. E, por essa dicotomia gastronômica, considera-se uma nova análise: a importância do riso como item básico do guia de sobrevivência no Brasil. E, democraticamente, esse guia serve para as duas opções que restringiram o menu alimentar brasileiro.

                No decorrer das esperançosas pegadas que definiram os passos da última semana, alguns tropeções conseguiram estimular a saúde nacional. De que modo? Segundo pequeno texto do Hospital Israelita Albert Einstein, os sistemas cardiovascular, respiratório e imunológico do indivíduo são beneficiados por risadas dadas. Assim, fossem elas por satisfação ou por deboche, os cidadãos brasileiros tiveram suas saúdes fortalecidas. Nos dias 13 e 15, milhares e milhões, respectivamente (segundo dados divulgados na imprensa), travaram duelos ideológicos os quais, em vários aspectos de suas naturezas, ilustraram feliz despertar para participação ativa na vida social e política do país, mas, por outro lado, também escancaram uma face quase infantil da democracia brasileira, tamanha sua ingenuidade e, até, projeto de tirania birrenta. Exemplificando, sorrisos largos resultaram da cena estimulante pela qual foram vistas pessoas, das mais variadas faixas etárias, reavivando o brado retumbante, defensor de liberdade e moralidade política. Como, em semelhante intensidade, tais sorrisos provocaram lágrimas nos olhos que testemunharam o desejo de proteção de conquistas trabalhistas e sociais. Igualmente, os sorrisos foram os frutos da aceleração respiratória e cardíaca após vivências de tantas declarações de amor ao Brasil (estivesse esse de vermelho ou verde e amarelo).  Porém, a face sorridente amarelada de pirulito marcou presença, por exemplo, quando “debatido” qual futuro seria mais promissor: lavar privadas norte-americanas ou viver na ilha de Fidel. Tal face ficou ainda mais boba alegre ao ser lembrada sobre um dos vizinhos brasileiros, a Venezuela, estranhamente classificada (haja visto sua vocação linha dura parcial atual) como modelo de sociedade e nação livre. O sorriso ficou no canto da boca quando alardeada uma tal resistência popular pró governo, como se em nenhum momento a mesma estivesse combalida ou seduzida após tanta investida agressiva, inclusive cerebral, vinda das artimanhas políticas da base e oposição. E a gargalhada ganhou ares nervosos quando invocado, como meio de manutenção da democracia, o passado tenebroso pelo qual a força da porrada e porretada verde oliva era o único argumento da pseudo dialética.

                É... O brasileiro pode se esbaldar em sorrisos mesmo!!! Em suas opções de conduta, pode seguir uma nova e libertadora força de questionamento, ou, ao rir da própria desgraça, à la Boca do Inferno, ir  fortalecendo sua saúde, colaborando, sem querer, com a diminuição das filas de espera, por leitos e médicos, nos hospitais do Brasilzão. Em suma, rir ao inspirar os puros ares de renovação, ou, apenas tentar um leve sorriso, apesar de certas ideias e fatos piores do que piadas sem graça.

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