Datena, o candidato

Datena, o candidato

Depois de ensaiar a entrada por três vezes, o ribeirãopretano José Luiz Datena parece que desta vez vai mesmo ingressar na política e logo pela presidência da República. Além de ter nascido na cidade, o apresentador começou a carreira em emissoras de rádio e na EPTV até mudar para São Paulo onde trabalhou nas TVs Record e Bandeirantes. Datena tem um perfil difícil de ser definido. É uma pessoa generosa e solidária com seus amigos, mas também polêmico e imprevisível. Com seu temperamento extrovertido, direto e às vezes contundente provoca reações de amor e ódio. É o típico personagem que não passa despercebido. 

Numa entrevista nas páginas amarelas da Veja, confirmou a pretensão de ser presidente da República em 2022. Deve ingressar na política pelo novo partido, o União Brasil, resultado da megafusão do DEM de Antonio Carlos Magalhães Neto (secretário) com o PSL comandado por Luciano Bivar (presidente). A nova sigla não terá a participação da ala bolsonarista do PSL que deve migrar junto com o presidente Jair Bolsonaro para um partido que está sendo escolhido. A popularidade do apresentador, obtida com uma presença constante na TV por muitos anos, pode ser auferida pelas pesquisas eleitorais. Mesmo sem ter feito nenhuma sinalização de que seria candidato, na largada, Datena alcança até 5% das intenções de voto, um percentual superior a muitos políticos que estão em campanha há muito tempo, caso do governador de São Paulo, João Dória. A rejeição de 19% do eleitorado é uma das menores entre os presidenciáveis.  

Na entrevista à Veja, o apresentador disse que está disposto a disputar as prévias para ser indicado, mas que se perder não descarta a possibilidade de aceitar a vaga de vice na chapa de Ciro Gomes (PDT). Independentemente das possibilidades eleitorais e das propostas da sua candidatura, se confirmada, a entrada de Datena na corrida presidencial embola a sucessão. Conhecido de norte a sul, a sua candidatura rompe a polarização configurada até agora, uma disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT). Por sinal, os dois foram os alvos preferenciais de Datena na entrevista. “A incompetência da esquerda elegeu Bolsonaro, e a incompetência do governo Bolsonaro está agora trazendo Lula de volta”, declarou o apresentador. Sobrou até para o ex-juiz Sérgio Moro que para Datena “não é a freira que entrou em boate”. A convenção do PSDB que vai escolher entre os governadores João Dória (SP) e Eduardo Leite (RS) está marcada para 21 de novembro. Até o final do ano, mais definições acontecerão. É bom que isso ocorra. Um país com quase 150 milhões de eleitores deve ter candidatos de todos os perfis e posições políticas para que o eleitor faça a sua escolha com o maior número de opções. 

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