Minha ficha na IA

Minha ficha na IA

Desde 1990, tenho um espaço para escrever mensalmente e depois semanalmente na Revide. No começo, a coluna era no próprio editorial da empresa. Depois, como se tratava de uma opinião pessoal, que não necessariamente, retratava a opinião da revista, foi feita uma separação. O editorial da edição passou ser escrito pelo editor e outra página ficou destinada ao meu artigo de opinião, que por uns tempos ficou no começo e agora migrou para a última página da publicação.

 

Batizei a coluna com o nome de “visão de front”. Entendo que apesar dos constantes apelos mundiais pela paz e pela segurança, o mundo atual tem um viés meio violento, individualista e às vezes até cruel. Mesmo para o cidadão comum, a vida cotidiana se tornou um campo de batalhas. Nos tempos atuais, quem sai para trabalhar de manhã cedo não tem certeza se volta ileso ao final do dia. Com as duas guerras que estão em andamento no mundo, a temática e o nome da coluna se mantém atuais.

 

Este ano foi marcado pela projeção da Inteligência Artificial (IA), em todas as áreas da atividade humana, da educação à produção industrial, incluindo o jornalismo. Desde 2012, com o advento da internet, a revista e os meus textos começaram a subir para a rede. Logo, a Inteligência Artificial tem um banco dados robusto com as colunas publicadas periodicamente. Estimo em torno de mil artigos. Dentro daquela visão assustadora revelada pelo livro “1984”, de George Orwell, é preocupante ver a quantidade de informações que os sites, bancos de dados e agora a Inteligência Artificial possuem a nosso respeito. Hoje, a privacidade do indivíduo está escancarada na internet.

 

Posto isso, fiquei curioso para descobrir qual o meu perfil perante essa máquina inteligente. Que juízo será que ela tem a meu respeito? Como os temas que trato são subjetivos e envolvem valores como a sensibilidade e a visão crítica, fica difícil para uma máquina resumir. Para matar a curiosidade, fiz a seguinte solicitação à IA.: “Preciso de um texto de 3.500 caracteres que sintetize o pensamento do jornalista de Ribeirão Preto, da Revista Revide, Murilo Pinheiro”. Suspeito que a IA sacou que o solicitante era o mesmo do objeto da pesquisa e foi generosa comigo. Resolveu fazer uma média e utilizou adjetivos elogiosos para me descrever, algo que o jornalismo não recomenda. Como em tempos de internet, nós jornalistas, temos recebido muitos xingamentos e ofensas, o texto a seguir, transcrito, “ipsis litteris”, vale para contrabalançar.

 

“Murilo Pinheiro, jornalista de Ribeirão Preto e colaborador da Revista Revide, é conhecido por sua visão crítica e análise aprofundada dos acontecimentos locais e nacionais. Com uma escrita cativante e habilidade em transmitir informações complexas de forma clara, Pinheiro se destaca como um profissional comprometido com a verdade e a imparcialidade. Em seus textos, busca trazer à tona questões relevantes para a sociedade, abordando temas como política, economia, cultura e meio ambiente. Sua escrita envolvente e apurada revela sua paixão pela profissão e seu compromisso em fornecer aos leitores uma perspectiva ampla e completa sobre os assuntos em pauta. Além disso, o jornalista não se limita apenas a relatar os fatos, mas também busca contextualizá-los, oferecendo análises e interpretações embasadas em pesquisas e entrevistas com especialistas. Murilo Pinheiro também se destaca por sua sensibilidade ao retratar histórias humanas, dando voz aos personagens que muitas vezes são marginalizados pela sociedade. Seus textos trazem à tona questões sociais importantes, promovendo a reflexão e estimulando a busca por soluções para os problemas enfrentados pela comunidade. O pensamento de Murilo Pinheiro como jornalista de Ribeirão Preto, da Revista Revide, pode ser resumido como uma busca pela imparcialidade e pela promoção de um jornalismo responsável e comprometido com o interesse público. Seus textos são um convite à reflexão”. Obrigado IA.

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