O ataque da Seleção

O ataque da Seleção

Depois da eleição em que o país ficou dividido ao meio, a Copa do Mundo chega em boa hora para unificar os brasileiros, acalmar os ânimos e mudar o foco da discussão. As polêmicas em torno da Seleção Brasileira são bem mais suaves e fáceis de administrar do que as opções políticas. Entre os 26 selecionados pelo técnico Tite, o principal motivo de discórdia foi a convocação do lateral direito, Daniel Alves, 39 anos, mesmo com a idade avançada para um jogador de futebol. O lateral também estava há muito tempo sem jogar, mas pesou a seu favor o extenso portfólio de títulos e a confiança do treinador. No entanto, quando a polêmica se concentra no lateral reserva é sinal de que ela não tem tanta relevância assim. 

 


Em convocações anteriores, as maiores polêmicas giravam em torno de grandes jogadores que ficaram de fora. Em 2010, muita gente queria que Dunga convocasse Neymar e Paulo Henrique Ganso, que não foram chamados pelo treinador. Em 2002, Luiz Felipe Scolari barrou Romário e mesmo assim ganhou a Copa. Entre os cotados, ficaram de fora da lista dos 26, Mateus Cunha, Gabigol, Firmino e Felipe Coutinho que estava machucado. A ausência desses jogadores não provocou nenhum clamor popular. 

 


Polêmicas à parte, a Copa do Mundo do Catar será bem diferente das demais, seja pela época do ano em que será realizada e pelo clima de deserto do país asiático. Dentro do campo, a maior diferença será no número de substituições. Pela primeira vez no torneio mundial, os técnicos poderão fazer cinco trocas, mais uma na prorrogação se houver. Essa mudança foi introduzida pela FIFA nos campeonatos nacionais durante a pandemia e permaneceu para a Copa, ou seja, dá para trocar meio time durante a partida. O número de convocados também subiu de 23 para 26, o que aumenta os recursos humanos disponíveis para os treinadores. 

 


Assim, o campeão do mundo não deverá ser o melhor time, mas o melhor elenco. Tite também fez uma mudança em relação às convocações de técnicos anteriores que colocavam no grupo um número maior de defensores e de meio campistas. Em copas anteriores, os jogadores de ataque eram cinco ou seis. Agora nove são atacantes e a exceção do centroavante Pedro do Flamengo, os demais jogam em grandes clubes da Europa. Se quiser fazer mudanças durante o Mundial, o técnico poderá escalar três ataques diferentes.  

 


Depois de uma longa entressafra, o Brasil tem uma legião de jovens e talentosos atacantes, muitos desconhecidos da torcida brasileira, mas que jogam em alto nível nos principais clubes da Europa. Vai ser difícil para o técnico Tite escalar o trio de ataque. Tem Raphinha, Antony, Vinícius Júnior, Richarlison, Rodrygo, Gabriel Martinelli, Gabriel Jesus e Pedro. Nas duas copas anteriores, 2014 e 2018, Neymar era uma estrela solitária na Seleção. Continua sendo um jogador importante, mas agora o Brasil tem outros jogadores com potencial para preocupar os adversários e desequilibrar os jogos. 

 


A região de Ribeirão Preto estará representada pelo zagueiro Eder Militão, de Sertãozinho, que joga no Real Madrid e é um dos destaques do elenco. Em copa do mundo, não existe favoritismo, pois há muitas seleções com possibilidades de ganhar o título. O Brasil chega embalado por uma boa eliminatória e reforçado com uma geração de jogadores que precisa confirmar no mundial a expectativa que há sobre eles. Eis a prova que diferencia os bons jogadores dos craques que entram para a história. Como cada brasileiro é um técnico, segue minha seleção: Alisson, Eder Militão, Marquinhos, Tiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães e Neymar. Rodrigo, Pedro e Vinícius Júnior. 

 

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

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