Vitória da impunidade

Vitória da impunidade

Durante décadas, o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf ostentou o título de político mais desonesto do país, motivo de piadas e de um bordão pouco lisonjeiro que ganhou fama nacional: “rouba, mas faz”. Hoje, a concorrência aumentou muito, Maluf perdeu o posto, pois outros políticos figuram no topo do ranking da corrupção. O ex-prefeito passou as últimas décadas tentando se desvencilhar do Ministério Público que o acusava de desvio de verbas e evasão de divisas. Depois das idas e vindas processuais, aos 86, Maluf foi condenado a sete anos e nove meses por lavagem de dinheiro no período em que exerceu o cargo de prefeito de São Paulo. Ficou apenas três meses na cadeia e por razões humanitárias (grave enfermidade) foi solto por habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, posteriormente endossado por Edson Facchin, relator do caso. Deputado afastado, Maluf (PP) é uma prova concreta de que com foro privilegiado e bons advogados é possível escapar das garras da Justiça e cumprir uma pena em prisão domiciliar, numa suntuosa mansão com todo o conforto. Detentos do país inteiro, amputados, aidéticos, doentes de câncer e outras enfermidades graves cumprem suas penas em condições desumanas, sem merecer a mesma deferência da Justiça.

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