Por um Brasil limpo
Murilo Pinheiro
03 Jun 2015 07:08
A cada dia que passa, o cidadão brasileiro surpreende-se com a corrupção que desmoraliza o país. Desde que o mensalão foi descoberto, ficou a sensação de que o país não fica um só dia sem uma nova denúncia de corrupção. O mensalão estava no final, ainda nem tinha esfriado completamente, quando estourou o petrolão, envolvendo meia centena de políticos e outra meia centena de funcionários da Petrobras, doleiros e intermediários. No momento em que a opinião pública especulava sobre desvios de verbas públicas em outras estatais do setor elétrico, da infraestrutura ou do BNDES, eis que um novo e rumoroso escândalo de proporções internacionais foi detonado na FIFA com um enorme “propinoduto” para a famigerada Confederação Brasileira de Futebol. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado vai tentar abrir a caixa-preta da CBF.
O escândalo envolvendo a FIFA e a CBF acabou ofuscando a mobilização que ocorreu em Brasília na semana passada. No mesmo dia do protesto, dirigentes da FIFA e o vice-presidente da CBF, José Maria Marin, foram presos. A partir de agora, para não perder o foco, o cidadão tem que ficar atento para não se confundir no meio de tantas denúncias de corrupção. Para que o governo e o Congresso Nacional permaneçam pressionados, o Movimento Brasil Limpo continua fazendo protestos. Na quarta-feira, 27 de maio, o grupo de Ribeirão Preto, foi a Brasília encontrar os jovens do Movimento Brasil Livre que fizeram uma caminhada de 1.200 km de São Paulo até a Capital Federal.
Com a participação de outros grupos, os manifestantes caminharam até o Congresso Nacional, onde foram recebidos por deputados da oposição, que acompanharam o protocolo do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Cerca de 500 manifestantes participaram dos protestos. A passeata recebeu o apoio dos funcionários dos ministérios, mas não ganhou espaço na mídia nacional. O maior desafio do movimento é retomar a mobilização neste momento em que o Congresso Nacional está votando a reforma política e que os escândalos de corrupção se multiplicam.
