PAIS: modelos para seus filhos
Myrna E. C. Coelho Matos
09 Mai 2013 14:59
Por Myrna E. C. Coelho Matos – Psicóloga Clínica e coordenadora do IACEP-Ribeirão Preto
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A aprendizagem por modelação é um tipo de aprendizagem muito estudado na psicologia comportamental e consiste na aquisição de comportamentos por meio do processo de imitação. Trocando em miúdos, aprendemos a nos comportar, observando como outras pessoas se comportam e as consequências de seus comportamentos. Embora este tipo de aprendizagem ocorra ao longo de toda nossa vida, é bem mais fácil observá-lo em crianças.
Como pais, sempre queremos que nossos filhos sejam verdadeiros, generosos, responsáveis, assertivos, autocontrolados, gentis, amorosos e sem vícios. No entanto, é necessário que nos questionemos: Será que possuímos aquelas características que exigimos e esperamos de nossos filhos? Muitas vezes, dizemos a eles para não gritarem quando são contrariados, mas agimos exatamente desta maneira quando algo nos frustra. Falamos para nossas crianças que elas jamais devem mentir, mas quando o telefone toca em nossa casa, pedimos para que digam que não estamos. Dizemos para nosso filho que respeite seus pais, mas gritamos e desrespeitamos nosso cônjuge na sua frente. Como podemos ver, há uma lista interminável de exemplos e atitudes incoerentes que assumimos em nosso dia-a-dia e que vão de encontro com a nossa meta de criarmos filhos “perfeitos”. Na verdade, assim como não existem pais perfeitos, também não existem filhos perfeitos. O que podemos fazer é buscar o mínimo de coerência entre nossas atitudes e nossos discursos.
A regra “faça o que eu mando, não faça o que eu faço” só funciona na teoria ou até que nossos filhos tenham autonomia suficiente para nos desobedecer e nos enfrentar.É claro que a criança não aprende apenas por modelação, mas também por experiências próprias e por orientações e instruções. Mas sejamos sinceros, podemos até nos esquecer de alguns sermões que ouvimos de nossos pais, mas jamais esqueceremos de suas atitudes e posicionamentos, ou seja, jamais esqueceremos de “quem eles realmente eram”.
