O poder que tem o amor

O poder que tem o amor

Sabe aquela famosa frase, o amor cura? Apesar de clichê, acredito que tenha muita profundidade e verdade.

Sei que o amor é um sentimento subjetivo que sentimos e demonstramos das mais diversas maneiras, mas quando colocamos intensidade em nossos atos, gestos, relações de uma maneira entregue e sem interesses, acredito que conseguimos nos aproximar deste sentimento tão nobre.

Falar de amor nas relações se estende além do amor romântico, aquele das relações entre casais. O amor é lindo quando inserido em um olhar, em uma conversa, em nosso trabalho, no lazer, nas relações familiares, de amizade, na intensidade em ler um livro, em escrever, em pensar em alguém.

Sinto que o amor aparece quando estamos inteiros nas relações em todas as situações em que vivenciamos.

Quando somos amados, de verdade, nossa alma descansa, acalma-se, se entrega, conseguimos mostrar-nos sem máscaras sabendo que alguém gosta da maneira como somos, simplesmente nos deixamos ser.

Olhando para questões amorosas do ponto de vista da sociologia, Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, em seu livro Amor Líquido (2004), trata da fragilidade dos laços humanos na atualidade, sobre o tema ele diz:

"E assim é numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto pronto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exijam esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a “experiência amorosa” à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforço. Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não-mapeada. E é a esse território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos."

Nossos valores vão mudando de acordo com o caminho que nossa sociedade vai percorrendo, por isso, mais do que nunca, devemos olhar para dentro, buscar um lugar que estes sentimentos continuem acesos para não nos deixar tomar um rumo desconhecido e sem sentido.

Bauman citou que amar exige coragem e humildade. Que estejamos abertos para amar de uma maneira sincera, e deixemo-nos ser amados inteiramente.

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