Despedida
A tarde cai lentamente...
nos olhos vermelhos do sol
que vão fechando o poente...
A estrelinha medrosa
de pálpebras ainda sonolentas,
olha para a terra para ver se
ainda está acordada...
Outras mais abrem o casaco
da escuridão
e vêm espiar a terra.
Formam fila na Via Láctea
e uma ilumina o caminho da outra!
A lua crescente,
tal qual bumerangue espacial
atirada por mão divina,
corta a imensidão do espaço
seguindo os rastros do sol.
A apaixonada, na janela,
dá o seu último suspiro
ao ver o seu amor se despedir;
A noite, para ela,
veio em dose dupla:
nos olhos e na alma.
E a saudade foi chegando
com a noite, antes da partida
de seu amor.
Oh! Deus! Por que tanta
beleza no céu e no peito
de alguém, tanta dor?