A barba era branca

A barba era branca

 

A barba era branca e a tez era séria.

O riso sumira no tempo passado.

As mãos calejadas ainda mostravam

como ele enfrentara trabalho pesado.

 

Olhar pensativo voava no espaço.

Estava sentado à beira do mar.

Quem o visse ali, tão concentrado,

talvez não pensasse ser poeta a sonhar.

 

Não se mexia, apenas arfava!

Talvez se lembrasse do tempo feliz

quando tinha um amor que ele adorava,

mas que mais tarde o deixou infeliz.

 

Pegou um papel, começou a escrever.

Rascunhou, rascunhou versos de amor.

Leu e releu o que pode ver,

dos olhos cairam lagrimas de dor.

 

Chora coração porque o amor já morreu!

Renova-te sentimento porque só o mar é teu!

Tu, que demoraste a fazer-te poeta,

declama teu verso que só agora nasceu!

 

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