Calem-se

Calem-se

 

 

Calem-se  os barulhos  dos freios  dos veículos nas esquinas das ruas de grande movimento!

Calem-se os andarilhos malucos que gritam durante as madrugadas!

Calem-se as corujas obscuras das noites escuras!

Calem-se os galos loucos que tentam aumentar a insônia dos boêmios, com seus gorjeios roucos!

Calem-se os desonestos  que tentam enganar o povo com seus golpes  indigestos!

Calem-se os trovões  cujas nuvens brigam no universo em permanentes empurrões!

Calem-se as enxurradas que enchem as ruas, correndo pelas calçadas!

Calem-se! Calem-se todos!

 

Vamos ouvir o silêncio da noite, sentir o pensamento dos poetas em pernoite!

Ouvir o silêncio da lua que, com medo da tempestade desapareceu da rua!

Vamos ouvir a respiração  do vento que ainda não acordou e dorme em seu aposento!

Ouvir a mãe que vigia a criança no berço, enquanto concentrada reza o terço!

Ouvir o silêncio da rosa que espalha seu perfume na madrugada silenciosa!

 

Calem-se e ouçam  a voz de Deus que  nos vai  falar quando o mundo tiver tempo para se calar!

 

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