A madrugada e o vento

A madrugada e o vento

 

É madrugada e o vento ruge

em minha janela como se quisesse

entrar para conversar comigo!

Ele sabe que poetas estão despertos

durante as madrugadas e guardam

muitos segredos!

Acordo, mas não abro a janela!

Acho que ele está nervoso e

não quer diálogo!

Tenho impressão de que quer,

apenas um monólogo, o dele,

o que já está tendo do lado de fora

da janela!

Eu permaneço dentro do quarto

ouvindo-o em silêncio!

Ele continua a bater em minha janela!

Quer entrar!

Eu finjo-me de surdo e ignoro-o!

Tenho medo dele quando ele está nervoso!

Ele parece entender o meu medo

e para de bater com força!

Passa a soprar suavemente

como se fizesse uma carícia

nos vidros da janela!

Eu me encorajo e abro a janela!

Ele havia se transformado em

brisa suave e acalentadora!

Ele passa as mãos sobre os meus

cabelos desalinhados!

Eu abro os braços para recebê-lo!

Ele abraça o meu corpo como

sempre o faz ao longo das

intermináveis madrugadas!

Eu conto-lhe os meus novos segredos!

Oh, vento, somente tu conheces

o meu segredo das madrugadas!

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