Os olhos do céu

Os olhos do céu

 

Os olhos do céu piscam na madrugada,

estimulados pelo clarão do luar!

Um jardim de flores, das mais variadas cores,

pulveriza o ar com perfumes embriagadores!

O poeta abre a janela do seu apartamento

para ver a pureza da natureza que se esparrama

pelo firmamento!

No campo um curiango grita para demonstrar

que está de plantão em plena madrugada!

O sereno cai suavemente sobre as pétalas das flores

multicores.

Um cachorro late motivado pela fome, pela solidão

ou pela saudade.

Um galo solitário cocorica para informar que está

cumprindo o seu turno de guarda noturno,

como o curiango concorrente.

No campo a vida é diferente.

O caboclo a Deus temente,

acorda de seus sonhos cansados

e encabulados e aguarda o nascer do sol

para recomeçar a vida.

Nas cidades os boêmios continuam nos bares

a curtir o néctar da ilusão enganadora

que os fazem reles de uma vida destrutora.

Os olhos do céu, no cintilar das estrelas e no

brilho do luar, continuam a tarefa de encantar,

mas os boêmios não os veem!

Estão entretidos com o tilintar dos copos

que vêm e vão, na prática dos solícitos garçãos.

Como o céu é diferente para cada um vivente!

 

 

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