Sentado na rede
Sentado em minha rede
lendo um livro de poesia,
sinto que a tarde se esvazia...
O sol lentamente vai fechando
as janelas do céu, departamento
por departamento
e eu sigo meu caminho lento
pelas páginas do livro que está
diante dos meus olhos
e dentro do meu pensamento...
Cada página que leio
é um trecho da estrada
que percorro
em minha caminhada
da etéria jornada...
No avanço do percurso
os versos estão a desmaiar
dos meus olhos cujas pálpebras
estão a desabar:
Já é hora de parar,
mas minh’alma diz que não:
inda é hora de sonhar...
Não a obedeço!
Fecho o livro e sigo o caminho do sol
que fechou as janelas do céu
e digo à minha alma
que é hora de repousar...
A brisa traz-me o perfume das flores,
cujas mães plantei no início da primavera
e agora me presenteiam
com olor embriagador...
Sinto-me sonolento, mas contente!
Deixo a rede e procuro o leito.
Quanta alegria no meu peito!