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                   Trabalhador brasileiro

 

Trabalhador brasileiro: moço, sadio, deveria estar feliz!

Não está! Está desempregado!

Sempre pensou  em sair, passear, conhecer  estados, todo o país,

mas seu bolso está furado!

Precisa de novo emprego, de novo abrigo;

pega o jornal de um amigo,

procura os classificados: nada foi encontrado!

Caminha só! Oh! Que sorte: o carpinteiro da esquina

precisa de novo carapina!

Correu para lá: máquinas, martelos, pregos, serrotes!

Trabalhou um dia!

Não estava preparado para tal ousadia!

Andou pela rua, viu uma placa: precisa-se de engenheiro!

Que pena! Ele nem era pedreiro!

Passou por um hotel: precisa-se de copeiro!

Meu Deus! Que sina!

Só entendia de copos quando tomava guaraná

no  boteco da esquina!

Passou por uma escola: estude de graça

em troca de um plantão de vigia, por semana!

Ah! Que bom! Sempre quis estudar!

Sua sorte estava para chegar!

Entregou a Carteira de Trabalho e assinou  os papéis

do trabalho e do estudo!

Para ele, isso era tudo!

O ano passou rápido e ele passou  junto!

Veio o segundo ano e ele permaneceu

no conjunto!

Estudo e trabalho eram a sua alegria!

Chegou  ao terceiro  ano de trabalho e de estudo!

Sabia muito das lições, do trabalho, quase tudo!

O tempo passou! Um dia se formou!

Um professor se tornou!

No mesmo colégio passou a ser professor!

Certo dia, passou a ser diretor!

Continuou  a estudar! Queria ser advogado!

Grande abismo deveria ser atravessado!

Não temeu, foi em frente!

Teria de aprender  uma profissão diferente!

O dia do diploma foi lindo, espetacular!

Anos atrás não pensava em estar naquele lugar!

Continuou estudando! Queria ser promotor,

Juiz, desembargador!

Não parava de sonhar!

Assim foi! Não esmoreceu!

Todas as sementes que plantou, colheu!

Foi aos píncaros da glória,

seguiu sua história,

mas algumas coisas não perdeu:

a bondade, a simplicidade que lá no bairro pobre,

um dia ele aprendeu!

 

 

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