tristeza percorre a rua

tristeza percorre a rua

A tristeza percorre a rua como um cão sem dono à procura de uma esperança de achar algo de bom para matar a fome.

Fome de camelo que viaja dias e dias pelo deserto, sem comer a ração para o seu estômago e sem beber a água para o seu sangue.

É tristeza mais triste da que conhecíamos porque é tristeza de desesperança.

É tristeza que graça no coração e não deixa nenhuma semente de alegria manifestar-se dentro de seus ventrículos que estão enrigecidos e lentos.

A praga surgida na China tomou conta do mundo, trocou o ar puro por ar contaminado por virus, atacou os pulmões de todos, suprimiu a vida de milhares e milhares de pessoas e deixou o mundo em polvorosa crise de existência.

Quem diria? Quem diria que isso aconteceria, diria o poeta!

Que doença terrível e quase incompreensível diria o médico-poeta que tenta ser um profeta.

Que época ruim de se viver diria o filósofo sem tempo de se rever!

Que castigo de Deus, diria o fervoroso religioso?

Assim veio, assim está a praga que trouxe tal tristeza de cachorro  sem esperança e sem dono,  que percorre a rua em abandono.

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