Quem estuda tem mais chance de NÃO ter Alzheimer

Quem estuda tem mais chance de NÃO ter Alzheimer

Quem estuda tem mais chance de não ter Alzheimer

Cientistas analisaram no microscópio os sinais de Alzheimer nos pacientes

DO G1

Pesquisadores brasileiros fizeram uma descoberta impressionante. Eles concluíram que quem estuda tem muito mais chance de não apresentar os sintomas de Alzheimer mesmo tendo as lesões no cérebro que caracterizam a doença.

Cantando as músicas do folclore japonês, Michiko se reconecta com a infância no Japão. Ela tem 91 anos, descobriu o Alzheimer há dez e passou a frequentar um centro de convivência mantido por uma ONG para idosos. “Eu acho que isso faz diferença. O convívio com outras pessoas, atividades durante o dia. Acho que isso é fundamental”, diz o professor universitário Alberto Horita.

Um dos principais sintomas do Alzheimer é a perda progressiva de memória causada por acúmulo de proteínas em partes do cérebro. A doença atinge mais os idosos e não tem cura. Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo comprovou que existe um meio mais eficaz do que qualquer remédio para prevenir a doença. Eles analisaram amostras de cérebros de três mil pessoas que morreram na Grande São Paulo na última década e chegaram a uma conclusão importante: quem estuda mais tem menos chances de desenvolver sintomas de doenças como o Alzheimer.

Os cientistas analisaram no microscópio os sinais de Alzheimer nesses pacientes e confrontaram os dados com informações sobre a vida de 675 deles. Chegaram a um resultado impressionante: entre os mais escolarizados com lesões características do Alzheimer, 30% não apresentavam, em vida, sintomas da doença.

O coordenador da pesquisa José Marcelo Farfel diz que estudar cria uma espécie de “reserva de lucidez”, usada para compensar as perdas de neurônios que se acentuam com a idade. “A escolaridade atua em diversas regiões do cérebro. Atua sobre a memória, sobre a linguagem, sobre a capacidade de cálculo. O indivíduo tem aquela agressão, mas ele consegue de alguma maneira contornar a agressão, usar alguma via alternativa e não desenvolver nenhum sintoma”, explica.

A aposentada Íria Veloso do Valle se previne. Ela frequenta uma universidade da terceira idade e compara o cérebro a uma estrada de terra. “Se ela não for trilhada, usada todo dia, cria mato e desaparece. Sabe aquele filme do robozinho que fica dado, dado? O meu cérebro é assim, ele quer dados, quer novidade.”

 

 

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