Os avanços de um aluno com deficiência intelectual

Os avanços de um aluno com deficiência intelectual

Menino com as mãos abertas para frente e pintada de cores variadas

Muitas são as crianças com deficiência intelectual cujo destino provável é uma classe só com crianças com o mesmo quadro de retardo mental. Mesmo com vasta legislação em vigor, seu direito de estudar na escola regular não vem sendo respeitado. Falta à maioria das pessoas entender o que é deficiência mental."É um atraso na adaptação ao aprendizado, ao convívio social e às funções motoras", explica o psiquiatra José Belisário Cunha, da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (Abenepi), em Belo Horizonte.

Quem tem deficiência é capaz de muita coisa: ler, escrever, fazer contas, correr, brincar e até ser independente. A grande notícia é que, se a criança for estimulada a descobrir seu potencial, as dificuldades deixam de persistir em tudo o que ela faz. Ou seja, ela precisa de novos desafios para aprender a viver cada vez com mais autonomia. E não há lugar melhor do que a escola para isso. Qual o papel do professor nessa história? Em primeiro lugar,bancar o desconfiado. O diagnóstico de deficiência mental não determina o potencial da criança. Pode ser que o aluno não apresente na escola os problemas que tem em casa. Isso resulta, muitas vezes, da falta de acompanhamento da própria família. Por exemplo, como uma criança consegue desenvolver a fala se a família não conversa com ela?

É muito comum a família de uma criança com deficiência querer fazer tudo por ela. É difícil se conter diante das dificuldades. Na escola, no meio da garotada, qualquer um aprende a se virar sozinho. Para o psiquiatra, as instituições e classes especiaisnão colheram grandes frutos justamente por terem assumido o papel de protetoras. Ir ao banheiro sozinho, fazer exercícios em grupo e brincar no recreio são estímulos que contribuem para o desenvolvimento intelectual do aluno.

Atividades e estratégias

PROPORÇÃO 
O desenvolvimento da coordenação motora pode ser mais lento em crianças que têm deficiência mental. Uma das maneiras de estimular o aluno a dominar seus movimentos é fazê-lo escrever o nome em folhas de papel de diferentes tamanhos. Assim, ele também visualiza a necessidade de aumentar ou diminuir a letra de acordo com o espaço. 

INTEGRAÇÃO 
É muito comum uma criança com deficiência mental ter problemas de oralidade. Por isso, aulas que estimulem o aluno a contar histórias são bem-vindas. É importante dar continuidade à atividade com bate-papos na classe sobre os personagens ou sugerindo que os estudantes dêem o próprio final à trama e o apresentem aos colegas. A atividade deve sempre ser feita com a turma toda. 

VARIEDADE 
Diversifique os meios de acesso ao conteúdo na sala de aula. Crianças com deficiência mental (e sem deficiência também) nem sempre aprendem por meio de folhas com exercícios impressos, livros didáticos ou material concreto de Matemática. Elas podem se identificar mais com músicas, passeios, desenhos, vídeos ou debates.

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