VACINA HPV - discutida no judiciário

VACINA HPV - discutida no judiciário

Para quem ainda não se familiarizou sobre qual o benefício da mencionada vacina, em resumo: PREVINE O CÂNCER DO COLO DE ÚTERO.

Nada mais haveria de ser dito, porém, como acontece ao redor de assuntos relacionados às vacinas, onde uma histeria coletiva se forma de ambos lados, mais uma vez entra em pauta a discussão acerca da eficiência de mencionado mecanismo de prevenção de doenças potencialmente mortais.

Vejo que ao invés de alertar e conscientizar a população acerca dos benefícios da vacina e dos riscos que ela pode prevenir, movem ação para proibição da vacina contra HPV.

Ora, se a relação do Papilomavirus 16/18 com cancer de colo de utero já é bem estabelecida há anos, não haveria a menor duvidas com relação a seus benefícios.

Embasados em um parecer do neurocirurgião "tal" o argumento é de que a vacina causa uma série de eventos adversos graves como relatados, esclerose múltipla, neuromielite ótica, mielites, paraplegias, tumor de medula espinhal, lesões oculares, déficit visual, déficit de memória e aprendizado, pseudotumor cerebral e trombose venosa cerebral.

PAra que uma vacina circule para a população, milhares de dólares são investidos em estudos e pesquisas. Acredito que a vacina contra HPV é considerada muito segura. O sistema de farmacovigilância dos Estados Unidos (Centros de Controle e Prevenção de Doenças – CDC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovaram sua utilização na população.

Ambos ressaltam o perfil de segurança das vacinas contra o HPV (Markowitz LE, Dunne EF, Saraiya M et al. Human papillomavirus vaccination: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR Recomm Rep. 2014 ;63(RR-05):1-30).

Desde junho-2006 67 milhões de doses de vacinas contra HPV foram aplicadas nos Estados Unidos. Dos eventos adversos relatados, não foram encontrados aqueles identificados pelo relatório constante do processo.

A Organização Mundial de Saúde, a Therapeutic Goods Administration (TGA)/Atagi da Australia, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e também a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil revisaram e aprovaram todas as informações de segurança sobre as vacinas contra o HPV e recomendam o seu uso.


Existe a coleta de dados contínuos de vigilância ativa e passiva pós-comercialização (GACVS Safety update on HPV Vaccines. Disponível em:https://www.who.int/vaccine_safety/committee/topics/hpv/GACVS_Statement_HPV_12_Mar_2014.pdf?ua=1&ua=) (World Health Organization. Human papillomavirus vaccines: WHO position paper October 2014. Disponível em:https://www.who.int/wer/2014/wer8943.pdf?ua=1).

Para ilustrar temos ainda diversos posicionamentos a favor de sua utilização.

” Carta Aberta à População sobre vacina HPV, assinada pelas sociedades médicas de Imunizações (SBIm), Infectologia (SBI), Pediatria (SBP) e de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Setembro, 2015." https://www.sbim.org.br/notas-e-informes-tecnicos/entidades-medicas-assinam-carta-aberta-a-populacao-%E2%80%8Bsobre-%E2%80%8Bvacina-hpv/

” Ministério da Saúde. Vacinação contra HPV:https://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/agosto/29/Perguntas-e-respostas._segundadose_27.08doc.pdf

” Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/comunicacoes-publicas/seguranca-da-vacina-hpv-quadrivalente/

” Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia:https://www.febrasgo.org.br/site/?p=8241

” Sociedade Brasileira de Imunizações: https://www.sbp.com.br/comunicacoes-publicas/seguranca-da-vacina-hpv-quadrivalente/

” Organização Mundial da Saúde. Global vaccine safety:https://www.who.int/vaccine_safety/committee/topics/hpv/en/

” CDC. HPV Vaccination: https://www.cdc.gov/hpv/vaccinesafety.html

” Human Papillomavirus Vaccination. Recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) CDC. HPV Vaccine:https://www.cdc.gov/mmwr/pdf/rr/rr6305.pdf.

” American Academy of Pediatrics. HPV vaccine recommendations:https://pediatrics.aappublications.org/content/129/3/602.full.
 

Conclusões a serem tomadas pelo judiciário valerão em território nacional. Colocar em prática o direito do cidadão é dever do Estado.

Compartilhar: